segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Sobre minha turma de 2017, a saga de final de ano e a mala invisível

Essa sensação de final de ano... Como é maravilhosa! Mas até chegar nela...

Ufa! É uma caminhada e tanto! Este mês de dezembro foi um dos mais intensos que já tive! Fui parar pra pensar em quantas coisas fiz nessas últimas 3 semanas e quase caí pra trás. Porque todo professor tem 500 mil coisas pra fazer, e mais as outras 500 que a gente inventa. E isso que eu estou longe de ser aquelas profs habilidosas, imagina as que fazem sacolinhas e gostam de trabalhos manuais! Mas olha só:

- Tirei um dia e fui comprar as lembrancinhas deles. Haja perna pra pesquisar e achar o que eu tinha pensado. Até meu pai entrou na dança e foi comigo ajudar!

- Depois, tirei foto com a turma toda. Imprimi, cortei, passei a manta magnética (para eles poderem fixar na geladeira), fiz um bilhete pra cada um e colei atrás, coloquei no envelope.


- Montei as lembrancinhas, colocando o presente e o envelope.


- Aí montamos também uma pasta do grafismo, com os desenhos que fizeram ao longo do ano. Imprimi o título, a foto de cada um e o nome, passei fita dupla face, furei e coloquei os desenhos, escrevi uma capa. O marido ajudou!


- Aí vieram os envelopes de tarefas. Inventei de fazer algo parecido com uma rena. Aí já viu: cortar um por um dos olhinhos, focinho, nariz. E ainda coloquei galhos como chifres. Depois, separei as atividades de cada um e coloquei dentro.



Fora os de sempre: terminar as várias atividades, preparar a festinha, relatórios, reunião, organizar armário e tirar tudo da sala.

Ufa! Que semanas corridas! Dormi pouco e fiquei bem cansada! A casa, coitada, ficou daquele jeito!

Aí você pergunta: Lívia, vale a pena? Vale a pena esse cansaço?

Hmmmm, deixa eu pensar...


Sabe, vale sim.

Vale porque tudo o que fazemos, fazemos pra Deus, então temos de dar o nosso melhor. Esse é o mais importante!

Mas vale também por nossas crianças. A gente se aborrece sim, mas os momentos ruins não podem se sobrepor aos bons, que são maioria. Eles também merecem nosso melhor!

Vale quando sua aluna vem, do nada, e te abraça, dizendo que vai morrer de saudade. E você retribui o abraço e sente todo o carinho do mundo ali dentro.

Vale quando você tira as fotos dos seus alunos para por na bendita pasta, no meio da correria, e, quando vai imprimir, vê que tem as crianças mais lindas ali com você. Como estavam inspirados nesse dia da foto!

Vale, porque não somos ricas, não somos famosos que publicam livros, aqueles que têm o “concursão”, não temos status nem prestígio, mas impactamos vidas, fizemos parte da vida dessas pessoinhas e suas famílias e os ajudamos de alguma forma, e isso não tem preço.

Vale porque, pra sua surpresa, os pais apreciaram seu trabalho e valorizaram seu esforço. E o mais importante é que eles acharam isso por virem o carinho de seus filhos por nós, seus professores. E isso enche sim nosso tanque de combustível do amor, nos deixando mais animados para o próximo ano.

Vale, porque enquanto os pais só ouvem as histórias, nós temos o privilégio de presenciá-las - e fazer parte de algumas.

Vale porque temos nossas lutas, perdemos batalhas sim, não ganhamos todas. Há pais que não gostam da gente, crianças que não se adaptam ao nosso jeito. Temos muito que melhorar e crescer. Mas o saldo é positivo sim! Aprendemos histórias, músicas, viramos outros personagens, fomos por caminhos que só descobrimos por causa deles.

Vale e valeu porque, muitas vezes, damos valor ao que pegamos: os relatórios, as tarefas, as apostilas e livros. Mas a verdade é que encerramos este ano e cada um saiu com uma mala invisível, bem grande e recheada, na qual guardamos tudo o que vimos, todas as aventuras e risadas gostosas que demos, todos os momentos que passamos juntos. E só nós e nossas crianças sabemos quais são e o que tem dentro. Esse é nosso prêmio! E carregarão essa mala pelo resto da vida em seus corações!