quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Para a Manu ler (1)

Filha, vou confessar algo para você. Mamãe nunca sonhou em ser mamãe. É verdade. Sempre gostei de criança... Mas nunca achei que levava jeito pra ser mãe. Seu papai que me convenceu, pois esse sim sempre foi o sonho dele.

Aí eu pegava meu celular quando estava grávida e via meus amigos postando fotos com aqueles barrigões e colocando na legenda: #vemfulaninho #estamosprontos.

Estamos prontos. Eu lia aquela frase com um misto de inveja, desespero e dor. Porque eu pensava: meu Deus. Eu não tenho coragem de escrever isso. Eu não consigo. Eu não estou pronta para ser mãe. Será que estarei quando ela estiver perto de chegar?

Não. Não estava. Ainda não estou pronta pra nenhum dos desafios.

Mas estou aqui te olhando enquanto você dorme em meu braços após a segunda ou terceira mamada da noite (o cansaço me fez perder as contas). Olho pro seu rostinbo perfeito, com o sinal vermelho no cantinho do olho esquerdo, seu nariz que você puxou do papai, sua boquinha desenhada, suas bochechas fofas, suas sobrancelhas clarinhas, seus muitos cabelinhos e penso... Filha, quanta coisa já enfrentamos juntas, não é? E olha que só começou. Você tem só 3 meses.

E eu penso: ainda não estou #preparada, #pronta. Mas estou aqui pra você. E estarei sempre. E prometo enfrentar tudo com e por você, com uma condição:  que estejamos juntas. Igual quando você nasceu e veio direto pros meus braços e eu senti aquele seu abraço quentinho, o melhor do mundo. Igual quando você está mamando e pega meu dedo e não solta de jeito nenhum, ou fica me olhando com esses seus olhos lindos e enormes, sorrindo de alegria quando fico te olhando também. Igual quando você dorme em meus braços e acorda de repente, mas vê que estou lá pertinho e volta a dormir. Igual quando você acorda de madrugada chorando e eu te pego pra trocar, você me olha e abre um sorrisão.  E eu fico te mandando beijo e você tentando imitar. Ou quando você está mamando e fica esticando o bracinho pra pegar no meu rosto ou puxar a alça do sutiã. Ou quando eu brinco inventando músicas com seu nome, te chamando de linda e "malavilosa" e você dá sua risada banguela...

Fazendo tudo juntas... Aí sim me sinto #pronta. Nós duas. Juntas. Pra sempre. De vez em quando deixando o papai entrar na nossa festa hehe.

Te amo! E pra esse amor eu tenho certeza: nunca estarei #pronta para mensurar seu tamanho e intensidade.





quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

5 anos de casados, Manuela e o caos da internação

Ano passado, quando eu e meu esposo estávamos comemorando 4 anos de casados, eu disse a ele: ano que vem, a essa hora, pode ser que nossa comemoração seja bem diferente.

Já estávamos pensando em engravidar em 2019... Deus foi gracioso e menos de 1 mês depois nossa herança estava no forninho.

1 ano depois e quantas coisas aconteceram... Parece que 2019 teve 10 anos dentro dele... A emoção da descoberta da gestação, a alegria de contar aos parentes e amigos, os preparativos pro chá revelação, os medos e preocupações, a montagem do enxoval, do quarto que parecia nunca terminar, o preparo da casa, os sonhos...

E Manuela chegou... Trazendo com ela uma enxurrada de sentimentos, por hora até mesmo o desespero... Por medo de não dar conta, pelo cansaço, por não termos o controle de nada, pela mudança drástica de uma vida egoísta e centrada nos próprios interesses, mas que agora passa a girar em torno de outra vida que depende exclusivamente de você.



No meio de tanto caos, infinitas saídas de casa que eram um "Deus nos acuda", perdidos que só, a semana de nosso aniversário de casamento chega...

Parecendo cumprir minha profecia de 1 ano atrás, mas não da maneira que eu planejei, passo pela pior semana da minha vida.

Começa com nossa saga interminável entre emergência, exame, consulta, sessão de laser com tortura de ordenha. 2 dias depois, fico doente e sou internada junto com a bebê.

Sem entender nada no meio daquilo tudo, entre cuidar de nossa filha com um braço limitado devido aos acessos e me recuperando em meio a antibióticos e milhões de outros remédios, graças a Deus recebemos alta no dia em que fizemos 5 anos de casados...

Quando a poeira abaixa... E eu penso em tudo que passou desde o dia 24 de outubro (tão pouco tempo, mas ao mesmo tempo tantoooo tempo), quando Manu veio para nossos braços... Eu agradeci. Agradeci a Deus por ter colocado Anderson como meu marido...

Pois é ele quem ora por mim quando minhas lágrimas descem e eu nem sei o motivo. Ele, que me segurou firme para eu dar à luz. Ele, que fica com nossa filha, mesmo sem ter dormido quase nada, só para eu descansar mais um pouco. Ele, que a balança de um jeito engraçado para que pare de chorar e eu fique menos agoniada. Ele, o mais otimista de todos, vendo sempre o lado bom enquanto eu já estou desesperada achando que deu tudo errado. Ele, que dormiu no sofá do hospital e segurava minha mão para me acalmar ou me fazer rir em meio ao caos daquela internação. Ele, que fica fazendo tudo que peço enquanto estou dando mamar, sempre de cara boa. Ele, que está do meu lado nas minhas crises de puerpério de "O que eu fiz da minha vida" (a mãe que nunca teve isso atire a primeira pedra). Ele, que me pedia foco quando queria desistir em meio às dores da amamentação (muito piores do que as do parto, por sinal). Ele, amor da vida de nós duas, alvo de nossos olhares mais apaixonados.



Meu bem... Com perdão pelo atraso (com criança, o tempo nao é mais o mesmo), parabéns para nós 2! Pela filha linda que fizemos... Pelos 5 anos de tantas provações (em especial nesses últimos 3 meses), mas que demos conta porque Deus estava do nosso lado (ou nos carregando no colo).

Obrigada meu Deus pelas bênçãos até aqui! Sem o Senhor, nada faz sentido. Obrigada por nossa família e pelo meu marido imperfeito, esposo de alguém mais imperfeita ainda, mas que pela graça conseguem caminhar juntos! Agora, em 3...