quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Meu amigo piano! : )


Quem me conhece sabe que amo crianças. Mas sabe também que uma das minhas grandes paixões é a música.

Lembro-me, aos risos, quem em toda meta minha de começo de ano colocava aprender um instrumento. Ficava entre quatro: flauta, bateria, violão e piano. Nunca conseguia por em prática. Ou era falta de tempo, falta de dinheiro ou os dois.

Mas eis que, após minha formatura, em 2010, eu decidi: vou começar a fazer um instrumento. Queria muito fazer violão, pois iria achar o máximo sentar com meus alunos em roda, tocando e cantando.

Só que umas das matérias que fiz na universidade no último semestre foi Canto Coral e era lindo quando os pianistas sentavam no banco, davam o “dó maior” a pedido do maestro e tiravam aquelas melodias tão perfeitas! Se já achava o piano magnífico, depois dessa classe então... Logo, decidi: meu eleito era o piano!

Enfim, no dia 4 de fevereiro de 2011 coloquei esse meu sonho em prática. Claro que gostaria de ter começado antes (eu até fiz piano quando era nova, mas, naquela época, a imaturidade me impediu de aproveitar adequadamente), mas não deu. Claro que, com minha idade (25 anos), já gostaria de tocar muito, mas, não deu. Logo, mesmo agora, resolvi por minhas “mãos a obra” (literalmente hehe).

E quero dizer que, mesmo fazendo piano depois de velha (hehe), estou amando e não poderia de, em uma forma de homenagem, escrever uma crônica dedicada a ele. Humildades palavras perto de um instrumento tão lindo. O piano me fascina por várias coisas e gostaria de mostrar alguns motivos:

1) Aprender piano é surpreendente. E muito difícil. Não pense você que eu gosto porque sou boa. Estou longe disso. Tenho dificuldade em aprender, mas nem por isso irei desistir.

Porém, a questão é: tem um monte de nota para tocar com a esquerda, um monte com a direita e todas diferentes. E ao mesmo tempo. E no ritmo certo. Aí, quando você aprende a fazer tudo direitinho, depois de tocar de mãos separadas umas 20 vezes, eis que a professora diz:

- Hmmm Está bom, mas agora faça as nuances. Olha, aqui nessa parte é forte, aqui já é piano, aqui mezzopiano, aqui mezzoforte, aqui vai crescendo, aqui vai diminuindo a intensidade, essa parte é rápida, essa aqui já é lenta, aqui o compasso mudou de tempo, aqui dá uma paradinha...

Pow, aí você murcha todinho. Eu já estava me achando A boa aluna, e, quando eu vejo, só fiz 10%...

Mas isso é bom: aí você pára, faz o que é pedido, você se torna mais sensível sonoramente falando e, sabe, fica tudo bem mais lindo com essas “nuances” difíceis. Vale a pena! E isso que torna a música tirada do piano algo tão belo!

2) Tem que ir devagar. Isso é, se você não tem dom nem facilidade como eu. E isso vale até mesmo quando estou com meus alunos. Tento passar-lhes o que eu, como aluna, também aprendo. Mesmo em meio às dificuldades, é preciso continuar, não desistir e se dedicar. Há coisas que fazemos e que apenas com muito tempo chegaremos a um bom resultado. Com o tempo, melhoramos, e é tão bom ver que, em algo em que éramos tão lentos, agora estamos mais rápidos! Com o tempo e dedicação, tudo vai se encaixando.

Piano é um instrumento lento. Não se aprende em poucos meses. Meu sonho é o dia em que sentarei e tocarei qualquer música que me pedirem. E as que eu quero também, como as do filme da Disney e do Fantasma da Ópera. Mas isso levará tempo... Talvez anos... Mas é meu sonho e peço a Deus para não desistir!

3) Nada é o que parece. O ditado "Não julgue o livro pela capa" cai em harmonia perfeita quando o assunto é música. Você pega uma partitura e olha: "Nossa, essa é moleza". E é super difícil!

Por outro lado, você pega outra e pensa: Ixi, essa aqui vai demorar pra eu conseguir tocar. E você aprende rapidinho!

4) Minha rotina é muito agitada... Sempre fazendo muitas coisas, chego em casa, corro, engulo a comida e saio de novo. É raro o dia em que sento e não faço nada (para falar a verdade, nem me lembro da última vez em que fiz isso. Aliás, eu já fiz isso? Hehehe).

Mas, quando é minha hora de treinar, parece que tudo pára. Os problemas ficam no cantinho, e a cabeça só tem um foco: a partitura. É um momento meu, no qual tudo fica em segundo plano. É minha hora, quando "mudo de assunto", meu momento comigo mesma, aquela hora em que eu e meu amigo piano conversamos e eu me sinto tão bem.

Nós, professoras e professores, passamos boa parte de nosso dia pensando e fazendo coisas pelos outros. É bom parar tudo e fazer algo por nós também. A gente também merece! E meu momento é esse: quando toco...

5) E sabe o motivo pelo qual eu amo crianças e piano? Sabe quando você está andando, cabeça focada, cheia de problemas e, de repente, vê algo magnífico e se paralisa? É assim que me sinto com meus alunos e a música.

Você está lá em sala de aula, cheia de coisas, preocupada e, quando pensa que não, você vê algo que eles fazem que te paralisa, te tira do chão, te dá aqueles minutos de alívio em meio à agitação...

A música para mim é assim também. Aquela melodia envolvente... Aquele som perfeito... Não há como não fechar os olhos, paralisar e se deixar embalar pelo som. Você viaja, como se estivesse em uma massagem relaxante... Paralisante... Espetacular!


É isso! Um dia chegarei ao ponto em que quero! Espero que você ache aquilo que te paralisa! E olha: nunca é tarde demais para começar!

Deixo esse vídeo abaixo com uma música perfeita: Divenire, de Ludovico Einaudi, que uma amiga me indicou. Sente, aprecie e deixe-se paralisar...

PS.: Espero ansiosamente o dia em que conseguirei tocar esta música! Linda demais!





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

As irmãs U e Q

Continuando... Nossa série sobre letras! Essa vai em homenagem a minha irmã! Cris, adivinha quem é a letra Q e quem é a letra U? Te amo maninha!

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Era uma vez duas irmãs: a letra Q e a letra U. Elas eram bem diferentes, nem pareciam que eram filhas do mesmo pai e da mesma mãe.

A letra U era a mais velha, toda cheia de si. Gostava de andar no meio da família do G e das outras vogais. 

A letra L era sua melhor amiga. Eram tão amigas que, às vezes, o L dava na cabeça de querer ter som de U (mas isso é outra história). 

O lance da letra U era tentar estar em todas, seja numa vaia (Uuuuu), num uivo (Auuuuuuuuu), numa escorregada (Ui!), numa cantada (Uh, lá, lá).

Já a letra Q era a típica irmã mais nova: mais quietinha, mais dengosinha, mais tímida, quase não aparecia. Mas, onde quer que fosse, sempre tinha que ir com sua irmã. Só ia se fosse com ela. Jamais andava sem a letra U. Se era pra fazer um quáck quáck, se o Q estava, já puxava sua irmã U. Se era pra escrever quarta ou quinta, se era com Q, então a letra U tinha que ir junto. 

A letra U às vezes se aborrecia: poxa, quanta dependência! Mas aí a letra Q fazia biquinho, começava a querer chorar, e dizia:

- Mas querida maninha, eu te amo! Poxa, eu nem estou pedindo pra você largar suas amigas... Só queria que você me acompanhasse! Eu nem saio muito! Se quero você sempre do meu lado é porque sem você eu não consigo ser eu mesma. Sem você, eu não seria o Q. Seria o K, o C, mas não o Q. Você me ajuda a existir!

Aí, desse jeito, quem é que aguenta? A letra U abraçava sua irmãzinha e dava as mãos para ela. Que cena mais família!

A letra U continuava andando com suas outras amigas, mas sempre dava um jeito de aparecer com sua irmã onde quer que ela fosse! Que amiga-irmã inseparável a letra Q tinha!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Uma professora muito abençoadinha em: hoje estou estressadinha!

Sabe, em minha jornada como professora, há dias em que desanimo. Falo com meus alunos do jeito que não deveria, sou menos paciente do que gostaria (e deveria) ser.

Só que, ok, sei que estou errada quando fico brava, mas, poxa, nós também fazemos tanto por eles, né? Levamos surpresa, introduzimos fração com chocolate, fazemos festinha todo mês para os aniversariantes, damos prêmios para aqueles que se destacam em diversos campos (e não só no cognitivo), inventamos gincanas, trabalhamos na escola e em casa (a contragosto de nossos maridos, namorados e pais)... Arrebentamos nossa voz, ficamos com o corpo todo dolorido, abrimos mão de muitas atividades nossas por eles, e parece que eles nem são sensíveis a isso, não dão valor a nós. Poxa, isso acaba comigo...

Hoje mesmo... Minha voz está péssima. Descobri ontem que preciso fazer terapia vocal. Estou preocupada com a saúde de minhas cordas vocais, pois, se Deus quiser, tenho uma grande caminhada pela frente como educadora. Se estou assim agora no começo, será que chegarei até o fim? Soma-se a isso a secura de Brasília, a poeira no local onde eu trabalho, a pressão de final de bimestre, relatórios, ensaios para a Festa das Regiões... Enfim, cheguei à sala, compartilhei com eles minha situação. E nada. Nada de cooperação, nada de bom comportamento. O pouco que tinha de voz foi-se embora.

Quando acabou a aula, fiquei com tanta raiva, que pensei: “Nunca mais vou trazer nada diferente para eles. Minha turma não merece. Que meninos difíceis!!!”.

Mas, na hora, Deus colocou em meu coração um versículo: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração, como para o Senhor e não para homens." Colossenses 3:23

Poxa, isso entrou bem fundo em minha alma. Sabe, nós, cristãos, somos privilegiados. Muitos professores desistem da sala de aula exatamente porque se frustram com seus alunos e a falta de interesse e de apoio deles. É, gente, é difícil. Ser professor é muito complicado, ainda mais em nossa realidade: pais despreparados, que não sabem educar seus filhos, mas ensinam-lhes muito bem seus direitos. Os deveres não. Crianças cheias de problema de aprendizagem, cheias de problemas, cheias da gente também.

Mas nós cristãos não fazemos o que fazemos pensando neles (somente). Pensamos em Deus em primeiro lugar. Não damos o nosso melhor, não levamos coisas diferentes, não procuramos formas diversas e criativas porque temos que ser os melhores funcionários. Isto também. Mas devemos pensar mesmo é em Deus.

E isso me animou. Claro que depois a raiva passa e olho pra minha turma com o mesmo amor de antes. Mas a verdade é essa: quando estiver em sala, seu foco é Deus. Quando estiver planejando, seu foco é Deus. Quando estiver preenchendo diário, seu foco é Deus. Tenha sempre isso em mente e, assim, você não irá se frustrar, pois nosso Deus, ah, Ele sim é digno de nosso melhor!