sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Coisas de casamento - Reflexões sobre meu marido

Meu esposo é bem grande. E come muito bem. A sorte dele é que ama malhar e seu trabalho é puxado. E evita comer besteira e doce (mas de vez em quando pode hehe).

Mas o mais engraçado é que eu demorei um pouco para descobrir isso, porque em 90% das vezes em que almoçamos juntos no namoro, ele veio para minha casa (digo, casa dos meus pais, ainda erro às vezes). E ainda estava, digamos, comedido naquela época.

Até que um dia fui almoçar nos seus pais e o vi fazendo seu prato. Gente, era um prato que eu só consigo descrever com uma palavra: assustador. Minha sogra, sem ironia, perguntou:

- Vai comer SÓ isso, meu filho?

E meu sogro completa (e também sem tom de brincadeira):

- Anderson, meu filho, vou comprar uma bacia para ser seu prato, porque nesse já não está cabendo.

Assisti tudo de olhos arregalados. Quando ficamos sozinhos, dei um tapa no seu ombro:

- Anderson, o que foi isso? Você sempre come nessa quantidade? E nunca me falou nada?

- Sim, ué.

- E por que no meu pai você comia tão pouquinho?

- Ué, porque senão ia assustar sua família. Aí eu comia lá e chegava aqui na minha mãe e comia de novo.

Ah, tá. Entendi então.

E o dia que fomos no rodízio da churrascaria? Tudo que passava, ele pegava. Foi no buffet umas duas vezes e fez um prato de deixar qualquer um no chinelo. Eu olhava e só pensava: misericórdia.

Até, que finalmente, ele disse:

- Chega. Tô cheio. Vou só ali no buffet pela última vez e vou parar.

Eu pensei: ufa, ainda bem!

Mas o alívio durou só até ver o prato que ele fez. Como consegue comer tanto? Naquele dia, fiquei impressionada. Comeu por mim e por ele. Valeu cada centavo.

Mas o melhor foi quando casamos e eu fui comentar com minha sogra:

- Dona Rita, Deus me livre. Seu filho come demais. Nosso salário vai só pra pagar comida hehehe.

Ela respondeu, meio em tom de brincadeira:

- Ó, tá reclamando, é? Pode devolver então que eu aceito.

Vaaaaaiiiiiiiiiii. Toma, distraída, vai falar o que não deve hehehehe. Mas não devolvo, nemmmmm.

E eis outras coisas que acontecem quando seu marido é grande e come bem:

- Pedir uma pizza hut e vê-lo comer 3 pedaços gigantes (ou seja, 3-4 da pizza, que é extremamente recheada e gorducha) e ouvi-lo dizer: “Nossa, meu bem, acho que vou pedir mais um lanche. Tô com uma fome...” (Oi?)

- Nas viagens, ficar desesperada com o valor que gastamos com comida.

- Ir em parque de diversões e rir muito, porque ele tem que ficar encolhido em todos os brinquedos. Ou então não pode ir, porque tem mais de 100 kg. Ou tem que usar boia dupla e não individual, pois não cabe.

- Pagar mais caro na diária da pousada para pegar uma cama maior, pois ele não cabe na de casal normal.

- Ver como é bom o tempo passar. Hoje ele já come nos meus pais super bem, repete e sai feliz da vida.

- Ter desperdício de comida quase zero na sua casa.

- Ver seu marido chegando em casa dizendo que quebrou a bicicleta, porque ela não aguentou o seu peso.

- Ter uma cadeira no computador especial (tem que aguentar mais de 100kg hehehe).

E seu marido? Qual característica engraçada ele tem? Bom final de semana!



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Situações engraçadas com crianças (parte 3)

Se você perdeu a parte 1: http://bit.ly/2cCdaj5

Se você perdeu a parte 2: http://bit.ly/2eBN7Jg

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Aula de português:

- Então, gente, tem palavras que fazem parte da mesma família. Por exemplo: chega, chegar. E peixe? Quem pode me falar uma palavra que é da família de peixe?
- PeixeR, professora.

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Aí seu aluno quebra o braço no recreio e te chamam correndo. Ele está assustado e chorando muito. Você tenta consolar, dizendo que ele vai ficar bem, que é forte e vai vencer a dor. Ele vai se acalmando. E sua colega chega dizendo:

- Deixa eu dar uma olhada. Eu sou técnica em Raio-X.

Ela olha e diz na frente dele:

- Nossa, isso foi feio, hein? Vai ter que chamar o bombeiro, levar injeção e fazer cirurgia.

Seu aluno te olha e começa a chorar escandalosamente. Obrigada, colega, pela sabedoria hehe.

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Outra conversa:

- Tia, eu estou sozinho com meu pai e meu irmão. Minha padrasta viajou...

Tão bonitinho que fico até querendo não corrigir!

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Sempre tem aquele ser que solta pum na sua sala. Você fala mil vezes que é só pedir que você deixa ir ao banheiro soltar, que todos fazem isso, só não pode fazer perto dos outros. E sempre tem que ser aquele pum fedorento que quase apodrece as paredes da sala.

Comecei a tarde esses dias com um “daqueles”. Abri a porta, liguei o ventilador, quase morri sufocada, todos reclamaram. Passados alguns minutos, outro. Eu brigo de novo, reclamo e abaixo a cabeça para terminar a correção de um caderno. De repente, escuto uma voz:

- Tia, dessa vez, não fui eu...

Hahahaha ok, na primeira tinha sido então.

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Aí você e seu esposo chegam à casa dos seus pais para almoçar. Vê seu sobrinho e fica toda feliz. E pede para ele chamar alguém para abrir o portão. Ele responde:

- Tá bom.

E sai gritando todo feliz: Mamãeeeeeee, o tio bombeiro chegouuuuuuuuu.

Ok, valeu, eu não tenho importância. :-(

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Meu sobrinho está todo feliz com um cofrinho que ganhou. Aí, num almoço de domingo, eu disse a ele:

- Que legal, Arthur! Vou te ajudar a juntar moedinha! Acho que no meu carro tem uma moeda que o tio bombeiro deixou...

- Oba! Mamãe, a tia Lívia vai me dar uma moeda.

Passaram uns dois minutos, ele pensou e disse:

- Titia, no seu carro não tem Duas moedas?

Hehehe mas é fofo e esperto!

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Esta história aconteceu com uma colega, mas, por incrível que pareça, é verídica.

- Mãezinha, olhei na chamada e o nome do seu filho está como Renan, mas todos o chamam de Pedro.

- Ah, professora, é porque eu sempre quis que o nome dele fosse Pedro, mas aí o pai registrou como Renan. Mas aí todo mundo chama só de Pedro mesmo.

- Então tá “Bão”.

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Fui ao cinema com meus alunos e na hora da saída falei:

- Todo mundo pegou tudo? Não se esqueceram de nada? Olharam se não ficou algo lá?

- Sim, professora!

Aí você está chegando ao ônibus, uma aluna vira e fala:

- Ai, tia, esqueci meu casaco!

Prefiro. Nem. Comentar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Inclusão – Um relato sobre A e RD

Ter um aluno com necessidades especiais na sala nos dá muitas lições. Dá trabalho, lógico, como tudo na vida. Requer um planejamento diferente, cansa mais, exige mais de nós... Mas ainda assim considero a inclusão deles uma boa, ou melhor, uma ótima. Não só para eles, mas para a turma como um todo.

Em todas as vezes que tive um aluno especial, sempre tive boas experiências. Normalmente, a turma o abraça, ajuda, não tem frescura, a gente tem é que brigar com eles, porque se deixar querem fazer tudo pela criança e "passam a mão na sua cabeça" hehe.

Confesso que estou em fase de aprendizado. Não tenho toda a paciência que deveria, a disposição, a alegria. Mas ter aluno especial não é opção, é realidade. É algo que todo professor deve se preparar e se acostumar. Mas eu ainda tenho um longo caminho pela frente...

E, lógico, minha turma me ajuda muito nisso. Foi assim com A. Ele era um aluno da manhã e veio para a minha turma por ela ser menor. Não tem um diagnóstico fechado (ainda esperamos os resultados dos exames, mas há a suspeita de um possível autismo em grau baixo), mas o fato é que ele demanda atenção. Muita atenção.

Ele precisa de tarefas mais simples. Poucos comandos. E só faz se eu estiver do lado apontando passo a passo. Ainda não reconhece os números até 10. Não sabe as letras do alfabeto, nem mesmo as de seu nome. Quase nunca fala e, quando fala, jamais o faz na frente dos outros colegas. Comigo, só pequenas frases e bem baixinho.

Confesso que é frustrante, sabe? Parece que rodamos e não chegamos a lugar nenhum. E confesso que não tenho muita paciência (já falei isso, mas preciso frisar hehe).

Mas aí conto com a ajuda de meus fiéis escudeiros. Em especial RD.

Ela é aquela aluna "tipo" top. Pega tudo com facilidade, lê e escreve bem, precisa até de atividades extras.

Mas isso não vem ao caso. Não é de sua inteligência que quero falar. É de seu coração.

Ela ama A. Ela elogia os pequenos progressos, seus desenhos, brinca com ele no intervalo, cumprimenta-o todos os dias (mesmo ele não a respondendo várias e várias vezes), tem paciência... Uau, que exemplo para mim!

Resultado: com ela, ele fala. Ele faz suas coisas e mostra para RD. É lindo de ver!

Ela tem me ensinado a ir no ritmo dele, no ritmo que ele dita. A tentar não me frustrar, porque minhas metas não são as dele, que cada vitória é um grande passo para A, mesmo que em minha concepção seja devagar.

Ele tem me ensinado a diminuir o passo e o impacto que uma amizade pode ter.

Olho para os dois juntos e vejo como A aprende com RD. E como RD aprende com A. Ela será um ser humano melhor, que não verá alguém com necessidade especial como incapaz, mas como uma pessoa cheia de possibilidades, superações e, claro, não poderia faltar o clichê: especial.

Por isso, apoio a inclusão e acredito nos seus benefícios para todos, inclusive para professores como eu, que se sentem limitados, incapazes, até mesmo despreparados para lidar com tudo isso, mas que podem superar os desafios com ajuda de seus alunos.

Isso é só um dos muitos ensinos que tenho em sala. Isso é um dos muitos presentes que eu recebo nessa profissão. Esse é só um dos muitos privilégios que tive desde que decidi ser PROFESSORA.