segunda-feira, 12 de março de 2018

Uma amizade na história. (Ou seria uma história de amizade?)



- Ei, você quer brincar comigo?

Uma frase simples. 4 palavras. Mas com ela 2 crianças, que nunca se conheceram, dão início a uma singela amizade...

Começou assim entre Liz e Sofia. Encontraram-se em um hotel, onde passavam o final de semana. Só para descansar e sair da rotina mesmo. Foi na piscina que surgiu essa pergunta. Partiu de Sofia. Ela tentou uma vez. Liz não respondeu. Sofia não desistiu e tentou a segunda, e a terceira. Liz saiu da piscina grande e foi para a menor, ainda sem responder.

A mãe de Sofia resolveu intervir e incentivou a filha a ir para a piscina pequena e tentar mais uma vez. Sabe como é, tinham poucas crianças, e sempre é mais divertido quando brincamos com um amiguinho. A mãe de Liz ajudou e ofereceu os brinquedos da filha para que elas dividissem.

Sofia respirou fundo e foi. Tentou mais uma vez... E deu certo!

Naquele dia, compartilharam bonecas, bolsinhas, sapatinhos e batatinhas fritas (final de semana pode hehe). Saíram da piscina e brincaram à tarde no parque. No outro dia, a farra continuou, e os pais de Liz chamaram os de Sofia  para almoçarem juntos.

Mas não parou por ali. Telefones foram trocados e as mães das meninas continuaram em contato. Muitas saídas marcadas, cinemas, aulas de balé, visita à igreja uma da outra, brigas, reconciliações.

Foram muitos e muitos aniversários, muitos e muitos primeiros pedaços de bolo uma para a outra, muitas coxinhas (quibe não), noites do pijama, pulseirinha da amizade, ciúmes das novas amigas, cartinhas e segredos compartilhados.

E o tempo passou... Sofia e Liz cresceram. As viagens com as famílias juntas cederam lugar a viagens apenas entre as meninas. Os assuntos mudaram. Bonecas deram lugar a outros interesses... Conversas intermináveis sobre as escolhas dos cursos na faculdade, a alegria de passar no vestibular e do primeiro emprego, os possíveis namorados, os pedidos dos possíveis namoros, as frustrações dos términos. A amiga que era sempre a primeira a saber era também o primeiro ombro no qual chorar.

Conselhos, broncas, puxões de orelhas aos montes... Entre acertos e erros, muita oração e conversa, na vida de Liz surgiu aquele rapaz que veio para ficar e tornar seu coração mais feliz, conquistando também a confiança dessa amiga mais do que especial.

Até que chegou o dia deste compromisso ficar mais sério. E, lógico, Sofia ajudou o namorado de Liz a pedi-la em casamento. Arranjaram tudo, planejaram a surpresa às escondidas, com muita dedicação e carinho...

E ali, como testemunha ocular, a companheira de brincadeiras, risadas, parcerias, viagens, viu de perto o sonho da amiga-irmã acontecer, com lágrimas nos olhos.

Virou madrinha, a número 1. E as conversas só eram sobre isso: casamento. Decoração, sapato, vestido, local, ufa, mil tarefas, mil eventos de noiva para ir. Mas ali estavam as duas, inseparáveis, felizes, contando os minutos para a chegada do grande dia.

E chegou. Sofia era a madrinha mais bonita. E Liz a noiva mais espetacular que já existiu. Foi difícil conter as lágrimas de alegria e emoção.

O buquê não foi jogado. Não poderia ser. Foi entregue nas mãos daquela que, com uma simples pergunta, deu início a toda uma história, que não pararia por ali e teria ainda vários outros capítulos.

Sofia deu um abraço em sua amiga Liz, agora casada e uma senhora e deu espaço para os noivos iniciarem sua primeira dança.

Enquanto assistia com lágrimas nos olhos, alguém se aproximou e encostou em seu ombro. Ela olhou o simpático rapaz, que lhe disse:

-  Olá. Você quer dançar comigo?

Uma frase simples. 4 palavras. Mas, com ela, um rapaz e uma moça, que nunca se conheceram, dão início a uma singela amizade... Ou será esse o início de um outro tipo de história?