sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Boa vontade

Em 2014, tive a chance de fazer um curso fora do país. Uma oportunidade única, um sonho que sempre tive, e que veio como um presentão de Deus.

Éramos um grupo bem diversificado! 50 pessoas que conviveram por quase 1 mês, que nunca antes haviam se visto.

Entre elas, estava uma colega chamada Thaís. Ela era professora de inglês e uma pessoa que tinha minha admiração. Estava sempre antenada a cursos fora, já havia saído do país várias vezes a serviço, estava sempre buscando aprendizado... Poxa, eu acho isso demais!

Conversamos pouco na viagem, mas o suficiente para que ela se tornasse muito querida.

Ao voltar, eu precisava fazer um relatório sobre minha experiência e entregar para a Secretaria de Educação, junto com a tradução do certificado recebido.

Após alguns dias, fui chamada na direção, pois meu processo havia voltado. O relatório não tinha sido aceito, pois a tradução que eu fiz não valia. Deveria ser uma tradução juramentada.

Nem sabia o que era isso. Liguei em vários lugares, ninguém sabia me informar direito, fiquei desesperada! Comecei a procurar quem poderia fazer esse texto e descobri que era super caro.

Nossa, fiquei arrasada! Estava noiva, cheia de contratos para pagar, e mais essa? Mas não tinha jeito: precisava desta tradução, ou poderia sofrer consequências administrativas se não entregasse o bendito relatório. Mas não sabia nem quem poderia fazer isso, não tinha ideia, nem indicação.

Até que veio uma luz: a Thaís!!! Lógico! Ela com certeza já tinha escrito algum relatório assim em algum dos cursos que fez e também precisou dessa tal tradução! Ela poderia me indicar alguém e até me explicar melhor o que seria isso.

Mandei mensagem correndo e ela, solícita como sempre, prontamente respondeu. Expliquei minha situação e ela disse:

- Ah, eu conheço alguém sim! Eu!

- Poxa, Thaís, sério? Que legal!

- Sim! Eu também sou tradutora e tenho carimbo do MEC. Com certeza vão aceitar.

- Oba! Que ótimo! E quanto você cobra?

- Ué, nada. Farei de graça para você.

E não é que ela fez mesmo? Deu tudo certo, o relatório foi aceito graças a ela!

E eu aprendi uma valiosa lição neste dia:

→ Num mundo tão cheio de pessoas de má vontade, que mal fazem sua obrigação (mesmo quando são pagos, o que dirá quando não são), de pessoas que não vão além 1 centímetro sequer de suas atividades normais para aliviar a carga de alguém, principalmente quando isso não é obrigatório, Thaís fez a diferença. Cheia de boa vontade, gastou um precioso tempo seu fazendo algo que não era sua tarefa e, ainda por cima, não iria receber nada por isso. Uau, digna de aplausos! Quantas pessoas conhecemos que teriam esta atitude?

Thaís, perdão por nunca ter te dito isso, mas naquele dia você plantou uma sementinha em meu coração. Tentei seguir seu exemplo de extrema boa vontade, passando adiante o que você fez por mim de forma tão amistosa. Obrigada por esse coração tão grande! Acho que nem 1000 obrigadas expressarão minha gratidão! Mas saiba que você está em minhas orações diárias, pois, pessoas como você, são raras!

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.

Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos”. Gálatas 6:9-10(a)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Da série Aprendiz de Dona de Casa... Fazendo compras!



De todas as coisas que eu tive que aprender após casar, a parte de comida é a que mais apanho até hoje, tanto na parte de fazer (estou quase engatinhando aqui), quanto na de comprar.

Quando morava com meus pais, não fazíamos compras, pois meu pai tinha uma padaria e pegávamos tudo lá a medida da necessidade. Então, a culpa nem foi tão minha para dizer que o interesse não foi meu, foram as circunstâncias hehehe.

Ok, sei que essa não colou. :-(

Agora que casei, meu marido que faz as compras. Primeiro, porque só posso ir ao supermercado quando ele está lotado e ele pode ir em horários melhores graças a sua escala. Segundo, porque ele tem bemmmmm mais paciência do que eu. Não aguento ir lá, muita fila, sem estacionamento, tudo apertado, o povo deixa o carrinho atravessado e eu saio batendo e derrubando tudo, é uma tragédia. Terceiro, porque ele já sabe o que é bom, a quantidade certa, o que está caro, ou seja, ele é perfeito para esta tarefa!

A consequência disso é que tenho uma dificuldade enorme em guardar o preço das coisas. E o nome delas. Afinal, fazer compras não é um hábito.


Então, um dia estava na casa da minha mãe e minha irmã queria salsinha e cebolinha para a comida. Ela pediu para eu ir ao verdurão e eu fiquei tipo: eita! Não sei o que são essas coisas. Assim, sei que elas são verdinhas (ponto para mim) e tudo mais, mas não sei qual é qual.

Enfim, eu fui com a cara e a coragem e a cara de pau e a conversa foi meio assim:

- Oi moço, eu queria salsinha e cebolinha.
- Ah, pois não, estão lá atrás.
- Então... É que, assim, apesar de eu já ter muitos anos, eu não sei o que é...

Ele desatou a rir e foi lá me mostrar. Abre parêntese: (demorei um tempo para diferenciar qual era qual, mesmo após esse episódio. Nem vamos comentar sobre manjericão, hortelã e outros verdinhos. Meu cérebro entra em colapso. Fecha parêntese).

Aí ele começou a me contar uma história:

- Fica preocupada não, moça. Sempre vem aqui um menino (menino, assim, não é criança não, é da sua idade) e pega a verdura e vai pagar. Aí eu pergunto: tem certeza que é isso que você quer? Aí ele responde: é sim, minha mãe pediu para eu comprar mandioca. Aí eu respondo: moço, isso é cará.

Segue-se uma longa gargalhada...

Dele, porque eu não achei a menor graça. Gente, que isso! Eles são iguais! Inhame, cará, mandioca, batata doce, como não errar? Poxa vida...

Enfim, mas agora de férias, resolvi dar uma folguinha ao maridão, afinal ele está trabalhando e eu preciso decorar os preços e aprender o que é o que.

Aí fico olhando os nomes, tentando memorizar, vejo uma e digo: é essa, e erro, mas a vida segue. Já aprendi que:

- Banana nanica é ruim e a melhor é a prata. A primeira é mais amarelinha (e sim, já tivemos que comer várias nanicas porque me enganei da última vez, pois, lógico, além de errar o tipo da banana, errei também sua quantidade).

- O tomate está extremamente caro (aliás, tudo está) e deixou uma senhorinha perto de mim bem nervosa ao olhar seu preço, dizendo que ele deveria ter caroços de ouro. Eu ri hahahaha, foi engraçada a cena.

- Nem sabia que existiam tipos de laranja, mas agora sei (laranja pêra, laranja Bahia, só sei esses. Não sei a diferença hehehe).

- Há dias certos para comprar verdura e carne, nos quais há mais variedade e promoções.

- Boa parte do orçamento vai para o supermercado, mesmo que só tenham duas pessoas na casa.


Enfim, está sendo divertido. Mas confesso que ainda prefiro quando meu esposo faz as compras e eu só ajudo a guardar hehehehe.


Boa semana e boa compras!

PS: Posso não saber o preço das verduras, mas me pergunta de chocolate que eu sei, rá! Sei quando está caro, sei quais são os melhores, em qual supermercado  a Nutella é mais barata.. Tá pensando, sou igual a meus alunos: só aprendo o que é do meu interesse... Aí flui que é uma beleza, rapidão...

domingo, 10 de janeiro de 2016

Minha morte



Há um ano, foi um dia de festa. Pelo menos era para ter sido. E, não me leve a mal, foi sim. Mas também marcou um dia significativo: a minha morte.

É, é isso ai. Eu morri. Na verdade, não foi algo assim “morri”, pronto acabou. Na verdade, o correto era eu dizer que foi o dia em que comecei a morrer... Esse processo durou 2015 inteiro... E acredito que vai continuar por um bom tempinho.

Há um ano eu me casei. E isto foi um divisor de águas em minha vida. Tipo uma mudança 180 graus.

Quando eu paro para pensar, foi um ano de extremos: muito amor, mas muita dor; um ano muito bom, mas ao mesmo tempo extremamente difícil; que passou rápido, mas no qual parece que eu vivi mais de 10 anos só nele; um ano de conhecimento e admiração, mas com momentos de raiva e de vontade de “saltar da janela” literalmente (ia ser uma queda feia, já que moro no oitavo andar hehehe).

Eu era uma menina naquele altar. Meio que fazia ideia disso, mas hoje, um ano após a cerimônia, vejo com clareza. Não sabia cozinhar, não sabia cuidar de uma casa, mimada, egoísta, um pouco estúpida.

Mas nada como um casamento para nos amadurecer. Houve dias (vários dias) em que eu simplesmente chorava, achando que não ia conseguir conciliar meu trabalho com cuidados da casa. Demorava muito na faxina, passava a manhã em pé. Ia para o trabalho com tanta dor na perna que achava que não ia aguentar. Enchia minha mãe e a Maria (a super secretária, minha salvadora e que fazia tudo por mim até eu virar gente e aprender a fazer, ainda que tenha sido só após casar) de perguntas sobre limpeza, alimentos, cozinha (ok, elas diminuíram, mas ainda faço isso bastante).

Ficava prestando atenção nas mulheres que eu conheço que são casadas há mais tempo (e as que casaram há pouco também, mesmo após mim). Ouvia o que elas diziam, como cuidavam de tudo, queria aproveitar cada palavra. Tinha que correr atrás de um prejuízo de 27 anos de desleixo em relação a tudo isso.

Essa parte me matou bem. Não foi fácil. Passei de um extremo de não fazer nada para um em que eu e meu marido fazíamos tudo. Tudo mesmo.

Mas a parte relacional foi a que me exterminou de vez. Sabia que seria difícil, sabia de meus defeitos. Só não sabia que eram tantos. E nem que eu era tão difícil assim. Achava até que eu era meio legalzinha. Mas não. Brigamos um bocado, chorei, fiz meu esposo chorar (essa partiu meu coração), fui dormir emburrada, acordei emburrada, passei o dia emburrada, até perceber que eu era a culpada e não ele. Demorou, e ainda tenho recaídas de emburramento.

Mas amadurecemos juntos. Adoecemos e cuidamos um do outro. Aprendemos a ser homem e mulher da casa, consertar coisas, deixar de ser bobo e correr atrás do que é mais barato, ser independentes, receber visitas, administrar finanças, economizar, fazer compras, cozinhar, conviver (ainda estamos trabalhando nisto). Defeitos duplicaram, mas qualidades quadruplicaram. Mas o importante é que amadurecemos juntos (a repetição é proposital)...


Hoje cozinho melhor, as faxinas são menos demoradas, fiquei mais esperta (ainda que longe do ideal). Morri... Estou morrendo... Tenho que me matar a cada dia para fazer dar certo, para Cristo reinar na minha vida e Ele ser o centro do meu lar. Se eu não fizer isso, se eu deixar meu “eu” vivo... Não, nem quero pensar nessa possibilidade. As consequências seriam desastrosas.

Se eu consegui, foi Deus. Ele nos guiou em cada área do casamento. Ele me deu forças quando estava no limite. Ele me dá sabedoria para ser perseverante. Só Ele, sempre Ele, a glória é somente dEle, como sempre foi e sempre será.

Ainda estou morrendo. Matando o que não presta para me transformar numa esposa cada vez mais próxima à virtuosa de Provérbios 31. Estou longe, mas mais perto do que há 365 dias. Uau, quantas mudanças...

Sinto-me outra pessoa. Sou outra pessoa. Anderson, meu esposo, me fez crescer, me fez mudar. Não somos mais os mesmos daquele 10 de janeiro de 2015, um dia tão feliz, o melhor da minha vida, mas o dia marcado como início de minha morte.

Mas, você, meu amor, meu bem, meu marido, foi a melhor companhia para tudo isto acontecer.

1 ano de casados... 1 ano convivendo diariamente com você, vendo Deus nos moldando. Sonhamos juntos; fizemos planos juntos; aprendemos a conciliar trabalho, casa, nossos afazeres individuais e hobbies, e espero fazer isso 365 vezes 80 anos (no mínimo). Obrigada por todas as alegrias, choros, paciência, alegrias, momentos... Hoje, acredito que sabemos administrar nosso tempo muito melhor do que antes, fazendo bem mais atividades do que quando não éramos casados (e olha que tínhamos bem mais tempo e menos responsabilidades). Deus é bom!

Te amo muito! Mas dessa vez é um amor transformado, mais maduro. Obrigada por esse ano tão turbulento, fantástico, paradoxal, complexo e perfeito. Você me entende, né?

Ainda bem que Deus me deu você... Só Ele para permitir tamanha graça para uma pessoa tão pecadora como eu!

sábado, 2 de janeiro de 2016

Da série Aprendiz de Dona de Casa... Deus (realmente) abençoa os noivos (e casados)


Gente, tem uma frase que eu escutei muito quando eu fiquei noiva: “Deus abençoa os noivos!” Era unanimidade: todos diziam isso. E, agora casada, eu assino embaixo. Realmente, portas são abertas onde menos esperamos e vemos a mão dEle agindo em todo lugar.

Mas o engraçado é que, dia desses, eu fui terminar umas “pendências” da época de noiva e me lembrei dessa frase. Mas hoje, com quase 1 ano de casada, eu vi é que ela se estende: Deus abençoa os noivos e os casados também. Vou contar o que aconteceu para ilustrar este fato.

Quando eu casei, eu fiz minha lista de casamento em 3 lugares: Tok Stok, Dular e Ponto Frio.

A do Ponto Frio gastamos rápido, pois pegamos eletrodomésticos. Mas as outras duas eu demorei muito para finalizar. A questão é que pegamos tudo o que era mais urgente e aí já não tinha mais espaço. Logo, eu queria primeiro mandar fazer mais um armário para assim não ficar nada de fora entulhando os quartos (sou tipo a “louca da organização”, odeio bagunça).

Mas o ano passou e a grana não deu para fazer o tal do armário, tivemos outras prioridades. Chegou dezembro e eu resolvi: ia finalizar logo esses créditos das listas. Ia ficar tudo espalhado nos quartos mesmo, fazer o que. Não dava para completar 1 ano de casada e deixar essas listas pendentes...

Enfim, fui a Dular em um dia sozinha (marido estava de serviço e eu estava com tempo), mas na Tok Stok fui com ele. Já tinha uma listinha pronta com tudo o que eu queria (e que eu fui acrescentando à medida que via coisas legais).

Após zerar tudo, voltei pra casa e fiquei pensando. Cheguei a algumas conclusões:

1) Deus é bom: fiquei impressionada com a generosidade das pessoas! Trocamos por tantaaaaaa coisas que precisávamos, e enfeites, e coisas fofas! Deu pra pegar o que estava na minha lista e ir além. Saí das lojas com uma sensação de gratidão a Deus e orando a Ele para que multiplique tudo o que nossos padrinhos e convidados ajudaram. Segue abaixo uma das coisinhas que pegamos com os créditos. É super simples, mas achei tão fofa!!!



2) Deus é bom: apesar de ter passado tanto tempo, os preços não aumentaram.

3) Deus é bom: ter levado o Anderson (meu esposo lindo) foi ótimo. Ele tem sacadas legais, vê coisas que eu não vejo. Sabia que precisava ir com ele!

Por exemplo, ele comprou tipo um broche do bombeiro na lua de mel (que passamos no México). Ele queria porque queria comprar um porta-retrato para colocá-lo. Pois achou um super lindo e que parece a televisão do Seu Madruga do Chaves, ou seja, tudo a ver com o México - hehe, pelo menos eu achei :-).


4) Deus é bom: pegamos um porta-bolo de vidro lindo em uma das lojas. Na outra, estava 80 reais mais caro. Ou seja, até isso Deus guiou. Já pensou se eu tivesse pego na outra antes?

5) Deus é bom: acabou que nem precisou do armário extra. Coube praticamente tudo nos que a gente tem. Só algumas coisinhas ficaram de fora, mas dá para esperar.

6) Quer saber de uma coisa? Deus abençoa mesmo quem quer casar, abre portas, e isso antes, durante e após a cerimônia. Então, quer um conselho? Case, porque é bom e eu recomendo!

Feliz 2016! Deus abençoe todos nós e que vivamos para Sua glória!