sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Crianças e seus comentários engraçados (parte 1)

Aí você dá uma lembrancinha de final de ano e explica para eles que é só um pequeno presente, que eu sei que eles merecem algo lindo e bacana, porém eles são muitos e não posso dar algo caro para todos. Mas que é de coração e feito com carinho. E, então, vêm os comentários:

- É, professora, minha mãe sempre diz que dinheiro não é capim.

- kkkk, verdade Juliana.

- E também, se a professora for só ficar dando presente pra gente, ele vai ficar sem dinheiro e não vai ter o que comer.

- Kkkkkkk, credo gente, também não é assim.


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Toda segunda-feira faço uma rodinha para eles contarem as novidades do final de semana. Aí escuto todos e fico por último. Quando foi minha vez, comecei a falar e fui interrompida por meu aluno:

- Ah, tia, o seu eu já sei como foi. Você foi a um casamento, depois pra igreja...

Hahahaha, será que meus finais de semana estão parecidos? Sim ou sim?

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- Tia, o fulano tem medo de mosca. Fala sério!

- Uai, cada um tem medo de algo, né? Eu mesma tenho medo de tudo hehehe.

- Eu não tenho medo de nada! Sou “cabra macho”.

Kkkkkkkkkk.

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- Professora, posso dividir meu Fandangos com meus colegas?

- Pode. Mas só dá para quem estiver sentado.

Aí ele distribui a todos e volta pra minha mesa:

- Tia, como você está sentada, aqui está o seu.

Hehehehe, ganhei!

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Aí você fica ouvindo o dia inteiro: Tia, tia, tia, um milhão de vezes. No final da manhã, eu digo:

- Gente, dá um tempinho pra mim. 5 minutos. Só 5 sem me chamar toda hora, sem chamar o tempo todo: Tia, tia, tia!

- Mas e de professora, pode chamar?

Hahahaha, sossego zero!

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Aí você conta essa história, cujo final fala bastante de tudo o que o bombeiro faz e como sua profissão é importante. Seu aluno vira e diz:

- Que maaaaaassaaaaaa! Mas eu quero ser polííííííciiiiiiiaaaaaa.

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- Então, gente, vimos o filme Enrolados. Ele tem muitas diferenças em relação à história da Rapunzel que eu contei, certo? São versões diferentes, tem alteração de algum detalhe com o passar dos tempos e...

- E também porque surgem novas tecnologias, né professora?

Não dou conta desses pequenos inteligentes!

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A mãe de minha aluna aguarda no banco para conversar comigo e o orientador educacional e sanar algumas dúvidas. Do seu lado, está uma garotinha, cujo pai entrou para conversar com o orientador devido à problemas de comportamento dela. Ela vira e pergunta para a mãe de minha aluna:

- Tia, você está aqui porque sua filha vai levar bronca igual eu?

Hahahahaha! Hahahahaha!

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Aí sua aluna leva um livro e pede pra você ler. Você começa, ela se adianta e conta algo da história. Você chama a atenção. Você continua e ela faz de novo. Você vira e diz:

- Sabrina, você está estragando a história. Não pode contar o que vai acontecer. Deixa eles ouvirem.

-Mas professora, eu só dei 2 spoilers.

Eu aguento?

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Essa aconteceu na festa de final de ano:

- Tia, eu vou pegar esses salgados que sobraram pra levar pra minha mãe. Ela é muito esfomeada, toda hora quer comer alguma coisa.

Senhor. Seria minha filha falando a mesma coisa de mim daqui uns anos? Hehehe.



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Das surpresas que nossa profissão dá...

É incrível como as melhores coisas da vida são simples e aparecem do nada...

Se tem algo que eu acho incrível em minha profissão de educadora é o fato de termos contato constante com gente. Gente. Sabe gente? Gente que nos faz ter os pés no chão, gente que nos faz acordar pra vida, gente que nos faz querer orar mais, gente que nos impulsiona e motiva, gente que nos ensina.

E fico feliz quando, em algumas situações, esse contato extrapola as paredes da escola. Sei que é bobo, mas algo que me deixa imensamente feliz é quando sou convidada a participar de algo dos meus alunos, seja uma apresentação ou uma festinha de aniversário.

E eis que em janeiro recebo uma mensagem da mãe de uma aluna (Bubu), dizendo: “Desculpa ser em cima da hora... Decidimos agora depois das festas de fim de ano. Esperamos que venha.” E o convitinho abaixo:


Nossa, fiquei tão honrada com o convite! Mas infelizmente não podia ir... Mandei mensagem justificando, porém avisando que, assim que eu voltasse, iria querer entregar uma lembrança para minha aluninha, fazia questão.

Cheguei e comprei uma bonequinha simples, mas com carinho. Uma bailarina, pois sabia que Bubu faz balé. Mandei mensagem para sua mãe para ver o dia da visita e ela prontamente respondeu, marcando o dia e horário!

Iria só passar para deixar o presente. Meu marido tinha ido comigo, mas estava na rua me esperando. Quando subi, Bubu abriu a porta com um sorriso largo e pulou em meu braços:

- Oi professora!!!!!

Entreguei o presente. Ela abriu toda feliz e teve a reação que amamos ouvir: aquele “Rannnnnnnn” bem alto, seguido de olhão aberto e um grito de “que lindaaaaaaaaa”!

Sua mãe vira e diz:

- Ela nem dormiu essa noite direito porque sabia que você viria, professora. Ficava perguntando que horas ia ser.. Senta, fica à vontade. 

- Não, obrigada, meu marido está me esperando lá embaixo. Vim rapidinho mesmo.

- O quê? Não senhora, pode falar para ele subir. Fiz uma salada de frutas, vocês não vão fazer essa desfeita.

- Meu Deus, não precisava, não queria dar trabalho.

E não teve jeito: meu marido subiu e, o que era para ser uma entrega de presente rápida, se tornou uma visita muito agradável, com um lanchinho super gostoso e feito com carinho, com conversas e companhias agradáveis. 

Pude presenciar um pedaço da rotina de uma família unida, feliz, batalhadora. Aprendi tanto em tão pouco tempo! Que final de tarde bom!

Na hora de ir embora, o pai dela diz à Bubu:

- Ué, não vai entregar para a tia Lívia o presente que você fez? Ficou um tempão preparando, professora!

Achei tão lindo que não aguentei! Amo quando eles nos dão trabalhinhos feitos a mão!





Dei um abraço em Bubu e agradeci mais uma vez seus pais. Saí de lá com uma linda bolsa, modelo exclusivo e feito especialmente para mim. E com o coração recarregado de alegria para começar mais um ano, no qual, se Deus permitir, muitas surpresas fofas virão...