sexta-feira, 14 de abril de 2017

Páscoa

Fonte: Não sei, recebi no WhatsApp e achei uma imagem linda!


Nessa semana, eu li este texto da Palavra de Deus:

“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.

Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus,

sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus,

levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela.

Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.”

João 13:1-5

Seria apenas mais uma leitura, a qual faria parte de minha devocional. Algo que eu leria, depois fecharia a Bíblia, e depois dormiria. Só.

Mas na hora, Deus me trouxe à mente um fato curioso sobre esta passagem. O bom de trabalhar com crianças é que elas, como posso dizer, colocam as coisas no seu devido lugar e dão uma importância correta a certos fatos, fatos estes que nós adultos, de certa forma, já perdemos o entusiasmo.

Pois bem. Eu estava na minha igreja, há muitos anos, ensinando sobre esta passagem em que Jesus faz essa cerimônia do lava-pés. Com uma entonação normal, como se isso tivesse sido um fato qualquer (o que, em se tratando de Jesus, é algo absurdo, pois tudo que Ele fez/faz/fará é extraordinário. Mas, veja bem, meus anos de cristã já me haviam feito achar este episódio comum, infelizmente).

Quando estava no auge da história, no momento em que Jesus lava os pés dos discípulos, fui abruptamente interrompida por um aluno, que não conseguiu se segurar e soltou esta frase, sem acreditar no que estava ouvindo:

- Pera, pera, pera, tia. JESUS... JESUS... JESUS! ELE... FEZ... ISSO?

Alguns segundos se passaram até eu entender o que ele queria dizer. Ui! Foi magnífico! Foi como se eu tivesse levado uma pedrada bem forte na cabeça e tivesse acordado.

Sim, sua pergunta fazia sentido: como Jesus, JESUS!, nosso Salvador, se sujeitou a... isso?

Uau! Sim, Jesus, Jesus, tinha lavado os pés dos discípulos. Sim, pés sujos, visto que as pessoas daquela época caminhavam muito e usavam sandálias, e não sapatos fechados. Sim, pés sujos, enlameados. Sim, nosso Senhor fez algo que era costume de empregados da menor posição. Sim, o Rei, que deixou sua glória por nós, sim, Ele fez isto. Uau!

Sim... Ele se humilhou, para que tão somente entendêssemos esta lição: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. João 13:14

Fantástico! Lindo! Como eu pude simplesmente passar por isso como algo corriqueiro?

Mas infelizmente passamos... O que me lembrou de outra história...

Um dia, eu estava em um acampamento de Carnaval da minha igreja. Um dos líderes pegou o microfone e deu um anúncio que nos deixou atônitos: o presidente dos Estados Unidos tinha sido assassinado.

Estávamos sem Internet. Ficamos surpresos, pensando no que tinha acontecido, simplesmente estarrecidos.

Mas aí ele disse que, na verdade, aquilo não tinha de fato acontecido e nos pôs essa reflexão: engraçado, a suposta morte de um presidente nos deixa dessa forma. Mas e a morte de Jesus? Será que ainda ficamos dessa forma quando pensamos em seu sacrifício por nós? No que Ele fez por nós na cruz? Ou isso já não nos surpreende mais, se tornando algo pelo qual “passamos batido”?

Hoje não é só mais um dia. Hoje  celebramos a Páscoa. Será apenas mais uma Páscoa? Mais uma data em que passamos despercebidos pelo que Deus fez por nós, por amor? Será que ainda nos chocamos, nos maravilhamos, e choramos diante da morte de Jesus?

Quantas vezes, admito com vergonha, eu deixei de fazê-lo.

Mas hoje, HOJE, pode ser diferente. Pode ser um dia em que separaremos um tempo pra refletir na história deste homem. Mas não um homem qualquer, porém o próprio Deus encarnado.

Aquele que assumiu a forma humana, o cordeiro de Deus, que veio para nos purificar de nossos pecados.

Hoje pode ser um dia em que iremos orar e agradecer por este gesto que simplesmente mudou nossa vida e é a mais linda história de amor.

Que sua Páscoa seja diferente! Que coelhos, chocolates e ovos não tomem o lugar do Rei dos reis, diante do qual nossa vida nunca “passa batida”, mas sempre é vista com detalhes.

“Pois também Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado.” 1 Coríntios 5:7 (parte b).

 Aleluia!!!!! Ele vivo está!!!!


sexta-feira, 7 de abril de 2017

Direto do túnel do tempo...



Se tem uma coisa que é um perigo, é quando os anos passam e a gente fica “calejada”. Deixe-me explicar...

Desde que voltei a dar aulas na Educação Infantil, tenho vivido momentos de nostalgia. Comecei a trabalhar em 2008 em uma turminha de Infantil V como estagiária. E eu era muito empolgada!

Primeiro emprego, fascinada pela Pedagogia, doida para aplicar o que eu aprendia, cheia de sonhos e encantos por aquelas carinhas fofas. Amava sentar no chão e contar histórias para os meninos, brincar com eles, ser sua amiguinha. Todos na escola riam de mim, pois no dia do brinquedo eu sempre levava um para emprestar e brincar com eles. Era uma gozação só!

Tudo era tão leve, gostoso, sem tensão!

Mas enfim... O tempo passa. Continuo empolgada com a educação, mas confesso que mais tensa. Mais preocupada, mais ansiosa. Medo de bronca dos pais, de histórias que ouvimos de professores enfrentando processos, denúncias horríveis e nem sempre por merecerem... Medo de que eles se machuquem... Medo da direção, de uma "puxada de orelha", de fofoca, do que vão pensar, tantas coisas!

Aí começamos a rir menos... Damos menos liberdade às crianças... Entramos e saímos de sala sérias, carrancudas, ranzinzas. Bom, era o meu caso, pelo menos...

Deixei de me encantar, de rir de suas bobeiras. Fiquei rígida, militar, inspetora, reclamona, não digo infeliz, mas menos feliz.

Mas eis que Deus, em sua vontade que é boa, perfeita e agradável, me deu a surpresa de voltar para a Educação Infantil. Lá, a doçura é importante. Seriedade não tem lugar, senão não os conquistamos.

E aqueles anos, já esquecidos, daquela velha nova Lívia bem no comecinho, começaram a voltar à minha memória. Relembrei a sensação gostosa daqueles velhos tempos... De dar aquela gargalhada, mesmo quando eles aprontam. De me divertir, de brincar, de ouvir suas histórias engraçadas, seu mundo colorido e fantástico, de voltar a ser criança. Simplesmente... curtir!

E estou tentando voltar a ser como antes...

Tem sido bom. Há muito que se quebrar ainda, estou bem “calejada”, mas tem sido leve, libertador.
Ainda há medo. Sim, pois temos de ser precavidas. Mas podemos e devemos achar o equilíbrio saudável.

Não estou defendendo que devemos deixar “correr solto”. Crianças precisam de limites.
Mas... Não dá pra ser rígida demais. Não dá pra ter silêncio o tempo todo. Criança é bagunça também, barulho. É cair, se sujar, rir e chorar. É brincar, brigar, correr e pular.

Haja fôlego e energia. Mas haja riso, festa, alegria! Rindo mais, a tensão vai embora rapidinho. A gente dorme melhor, mais feliz, reclamando menos e aguentando melhor os anos que temos pela frente.

Um beijo para minhas/meus colegas dessa bela profissão. Deus nos guarde nessa jornada maluquinha, abençoadinha e muito especial!