sexta-feira, 7 de abril de 2017

Direto do túnel do tempo...



Se tem uma coisa que é um perigo, é quando os anos passam e a gente fica “calejada”. Deixe-me explicar...

Desde que voltei a dar aulas na Educação Infantil, tenho vivido momentos de nostalgia. Comecei a trabalhar em 2008 em uma turminha de Infantil V como estagiária. E eu era muito empolgada!

Primeiro emprego, fascinada pela Pedagogia, doida para aplicar o que eu aprendia, cheia de sonhos e encantos por aquelas carinhas fofas. Amava sentar no chão e contar histórias para os meninos, brincar com eles, ser sua amiguinha. Todos na escola riam de mim, pois no dia do brinquedo eu sempre levava um para emprestar e brincar com eles. Era uma gozação só!

Tudo era tão leve, gostoso, sem tensão!

Mas enfim... O tempo passa. Continuo empolgada com a educação, mas confesso que mais tensa. Mais preocupada, mais ansiosa. Medo de bronca dos pais, de histórias que ouvimos de professores enfrentando processos, denúncias horríveis e nem sempre por merecerem... Medo de que eles se machuquem... Medo da direção, de uma "puxada de orelha", de fofoca, do que vão pensar, tantas coisas!

Aí começamos a rir menos... Damos menos liberdade às crianças... Entramos e saímos de sala sérias, carrancudas, ranzinzas. Bom, era o meu caso, pelo menos...

Deixei de me encantar, de rir de suas bobeiras. Fiquei rígida, militar, inspetora, reclamona, não digo infeliz, mas menos feliz.

Mas eis que Deus, em sua vontade que é boa, perfeita e agradável, me deu a surpresa de voltar para a Educação Infantil. Lá, a doçura é importante. Seriedade não tem lugar, senão não os conquistamos.

E aqueles anos, já esquecidos, daquela velha nova Lívia bem no comecinho, começaram a voltar à minha memória. Relembrei a sensação gostosa daqueles velhos tempos... De dar aquela gargalhada, mesmo quando eles aprontam. De me divertir, de brincar, de ouvir suas histórias engraçadas, seu mundo colorido e fantástico, de voltar a ser criança. Simplesmente... curtir!

E estou tentando voltar a ser como antes...

Tem sido bom. Há muito que se quebrar ainda, estou bem “calejada”, mas tem sido leve, libertador.
Ainda há medo. Sim, pois temos de ser precavidas. Mas podemos e devemos achar o equilíbrio saudável.

Não estou defendendo que devemos deixar “correr solto”. Crianças precisam de limites.
Mas... Não dá pra ser rígida demais. Não dá pra ter silêncio o tempo todo. Criança é bagunça também, barulho. É cair, se sujar, rir e chorar. É brincar, brigar, correr e pular.

Haja fôlego e energia. Mas haja riso, festa, alegria! Rindo mais, a tensão vai embora rapidinho. A gente dorme melhor, mais feliz, reclamando menos e aguentando melhor os anos que temos pela frente.

Um beijo para minhas/meus colegas dessa bela profissão. Deus nos guarde nessa jornada maluquinha, abençoadinha e muito especial!



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