sexta-feira, 31 de março de 2017

Situações fofas com crianças (parte 1)

- Tia, você gostou do docinho que eu te dei?

Pensa num trem "bão"!


---

Minha aluna Jéssica olhando os cartazes de números, de 0 a 10, pregados na sala e contando:

- 1, 2, 3, 4, meu ano, 6, 7, 8, 9 e 10.

---

- Nossa, tia. O tio da van está demorando para me buscar.

- Mas fica tranquilo, a tia não vai te deixar sozinho. Não fica com medo.

- Se ele demorar muito, eu vou ter que ir para sua casa.

---

- Crianças, a partir da semana que vem não vamos para o parque todo dia. Só nos dias certos. Não quero ver ninguém reclamando depois, viu? Todos entenderam?

- Sim, tia. Aqui na sala você é a rainha.

---

- Tia, enquanto meu pai não chega, vamos brincar de xadrez.

- Sim, mas eu não sei brincar e não tem peças.

- Eu te ensino. E usamos bonequinhos para serem as peças.

Brincadeira vai, brincadeira vem...

- Uai Lucas. Mas você está comendo todas as minhas peças, não é justo.

- É porque as peças que eu escolhi são mais poderosas do que as suas.

- Mas quem escolheu minhas peças foi você. Vou inventar outros poderes para as minhas então.

- Não, tia. Não pode. Eu que inventei o jogo. Então eu sempre tenho que ganhar.

---

- Ana, pega aqui esse pirulito. Nele tem um bilhetinho avisando do coral.

Ela pega, arranca o bilhete, dá para a mãe e diz:

- Obrigada, tia. Mas eu me interesso só pelo pirulito.

---

Diálogo entre duas fofas de 5 anos:

- Em casa minha mãe não deixa eu fazer nada...

- Eu não entendo isso. Não fazer nada em casa! Isso não faz sentido. A gente tem que fazer coisas em casa. A casa é feita pra gente fazer coisas!

---

- Gente,  a tia está falando muito. Acho que vou ficar rouca. Por isso vocês têm que obedecer de primeira, porque se eu falar, falar, e falar várias vezes vocês vão ficar sem aula...

Aí dois alunos respondem:

- Eu gosto de ficar sem aula...

- Mas a tia não gosta de ficar sem ver vocês... Eu fico com saudades...

E uma aluna fofa responde:

- Eu gosto de ter aula, tia. Sabia que eu gosto de você?

---

Aí você tem uma aluna cuja mãe está grávida. Pergunta como foi o final de semana e ela diz:

- Foi bom, professora. Eu brinquei e comprei várias coisas para a minha Olívia.

---

- Tia, o Ishias está correndo.

- Luis, o nome dele é Richardy. Vamos tentar falar? Repete: Ri.

- Ri.

- Char.

- Char.

- Dy.

- Dy.

- Agora tudo: Ri- Char- Dy.

- I- Shi- As. Eu não consigo tia...

---

A tia de Educação Física explica:

- Gente, vamos fazer uma fila do menor para o maior. Isso! Muito bem! Esse pequeno daqui da frente pode ficar grandão, se comer direitinho, fizer atividade física e dormir. Vocês entenderam?

- Simmmmm!!!!

- Então como faz pra gente crescer?

Aí seu aluno responde:

- É só fazer aniversário!

---

- Tia, o Daniel Rodrigues faltou ontem, depois de ontem, depois de depois de ontem, mas hoje ele veio!

---

Quem aguenta esses alunos fofos? Dá vontade de apertar!

sexta-feira, 24 de março de 2017

Confissões de uma dona de casa em apuros

- Sou só eu que...

Detesto quando meu marido compra bolo? Porque sei que ele vai espalhar farelo por onde comer e, quando você reclama, escuta: “Eu vou limpar” e ele esquece ou não limpa direito?

- Sou só eu que...

Quando vai ao banheiro e vê que o rolo está acabando, pega só um pedacinho, pra assim não ter que  trocar? E depois vê que é a próxima a usar o banheiro e acaba tendo que trocar de qualquer jeito? Isso que o rolo está do lado, é só abrir o armário e pegar, mesmo sentada. Ôoooo preguiça hehehe.

- Sou só eu que...

Quer matar o marido quando ele sai do banho sem se secar direito e sai molhando o tapete e o chão todinhos? Qual é a dificuldade de se secar?

- Sou só eu que...

Tem preguicinha de arrumar a casa, mas detesta casa bagunçada e acaba virando a neurótica da limpeza?

- Sou só eu que...

Vai deixando um copo, depois um prato, depois outro copo, prometendo que já já vai lavar, e quando vê, não está cabendo mais nem uma colherzinha em cima da pia?

- Sou só eu que...

Quando tem que acordar cedo, quer dormir mais; mas quando pode acordar mais tarde, acorda cedo e não dorme depois de jeito nenhum?

- Sou só eu que...

Quer matar o marido quando ele lava louça e as coloca para escorrer de um jeito que, quando você tira algo, cai tudo, mesmo quando você tira de cima?

- Sou só eu que...

Também quer matar o marido quando ele lava a louça, mas deixa a pia toda suja?

- Sou só eu que...

Estraga qualquer coisa eletrônica só de pensar em pegar? Já arrebentei meu celular (sem contar quantas vezes deixo cair, que são milhões), estraguei computador, HD externo.

O que eu fiz? Nada, só usei. Só. Parece que só meu pensamento já destrói qualquer coisa em que se passa corrente elétrica hehehe. Tudo meu vai para assistência técnica com menos de 1 ano, tudo meu dá defeito e eu fico numa vontade maluca de pegar e tacar no chão e pisar em cima e gritar e me descabelar. Deve ser uma vingança da CEB porque eu larguei Engenharia Elétrica para virar professora hahahaha.

- Sou só eu que...

Quero chorar porque tenho vizinhos ricos que fazem obra todo dia, toda hora, todo mês e fica aquela “bateção” o dia todo em cima da sua cabeça?

- Sou só eu que...

Tem vontade de ter crise de choro quando está fazendo omelete, e a omeleteira abre bem na hora de virar, derramando tudo no seu fogão, o qual você acabou de limpar?

- Sou só eu que...

Quer jogar o marido pela janela quando ele vai arrumar a cama e nunca acerta o jeito certo de colocar a colcha? Que agonia!



Piadas à parte...

PS1: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". 1 Tessalonicenses 5:18. Meu Deus, como eu preciso aplicar esta verdade em minha vida!

PS2: Meu bem, te amo! Hehehehehe

sexta-feira, 17 de março de 2017

Os 3 cachorrinhos

Na primeira semana de aula, eu e minhas colegas demos de lembrancinha um pirulito. Uma delas trouxe um modelo de cachorrinho tirado na Internet (perdão, não sei o site) para colar nos doces.


Então, resolvi inventar uma historinha para dar mais sentido à lembrancinha e para valorizar nosso trabalho também. A gente gasta um tempão recortando tudo, colando cada partezinha, pra depois o menino rasgar e jogar fora.

Com a história, parece que o recorte ganha vida. Eu os entreguei na sexta e na quinta já fui fazendo o maior mistério, dizendo que haveria uma surpresa no outro dia. Eles já chegaram ansiosos.

A história é simples, sem necessidade de recursos mirabolantes e tem por objetivo trabalhar cores e partes do corpo.

---

Era uma vez 3 cachorrinhos bem branquinhos e peludinhos: Totó, Dog e Bidu. Eles eram irmãos e amavam ir à escola brincar no parque, fazer tarefinhas e encontrar com seus amiguinhos.

O pai deles era pintor.

Um dia, eles estavam brincando e foram até o quarto de tintas do seu pai. Brincadeira vai, brincadeira vem, eles acabaram batendo na estante e as tintas caíram em cima deles! Eita!

Totó ficou todo vermelho, com as orelhas azuis; Dog ficou todo azul, com orelhas roxas; Bidu ficou todo roxo, de orelhas vermelhas. Que confusão, que bagunça!


Na mesma hora, o pai apareceu correndo, assustado com o barulho. Ele não acreditou no que estava vendo!

- Meninos, não é possível! E agora? Já para o banho! Vamos ter que esfregar essa tinta toda antes que a mamãe chegue!

E lá foi o papai... Colocou os 3 na banheira e começou a esfregar (ir pegando nas partes do corpo à medida que fala):

Esfregou a cabeça, os olhos, o nariz, as orelhas, a boca, o corpinho, o bumbum, as pernas, os pés.

O papai olhou e eles ainda estavam sujos! Teve que fazer tudo de novo:

Esfregou a cabeça, os olhos, o nariz, as orelhas, a boca, o corpinho, o bumbum, as pernas, os pés.

Ufa, depois de muito trabalho, a tinta toda saiu! O papai chamou os meninos:

- Agora, vamos limpar o quarto que está cheio de tinta.

E todos eles limparam o chão, as paredes e até o teto! Ficou tudo limpinho!

O papai então disse:

- Muito bem, meninos! Como vocês obedeceram e ajudaram o papai a limpar, vão ganhar uma surpresa! E, dessa vez, quem vai ficar colorida vai ser a linguinha hehehe!

(Dar o pirulito e esperar muitos sorrisos dos pequenos!)

---

Contando com entonação, empolgação e animação, fica bem legal. Meus alunos têm 4 e 5 anos, no momento, e eles gostaram e prestaram atenção. Fica aí uma dica simples, mas que usei e deu certo!

sexta-feira, 10 de março de 2017

Ser professora de Educação Infantil é...



Após 7 anos, voltei para a Educação Infantil. Comecei lá, então voltei às origens... Não vou mentir: me bateu um desespero quando fui escolher turma e só sobraram os pequenos, pois sempre achei que meu perfil era de meninos maiores.

Mas hoje estou me readaptando a essa diferente rotina e posso dizer que tem sido uma surpresa agradável... Há dias bem difíceis, mas eis algumas coisas que eu aprendi...


Ser professora de Educação Infantil é:


- Ficar louca nos primeiros dias de aula, não sabendo se recebe material dos pais e escuta seus recados, se escuta o que o aluno que não está chorando está te contando, se acode o aluno que está chorando, se senta e chora também, se sai correndo gritando socorro ou se só se descabela mesmo.

- Aliás, ter a impressão de ser atropelada todos os dias por um caminhão nas primeiras semanas e ter certeza de que o período de adaptação é para você também.

- Não sentar durante horas e não lembrar que você precisa ir ao banheiro.

- Brincar de massinha com seus alunos, fingindo que desmaiou ao ser picada pela cobra venenosa.

- Não ter coluna de tanto que você fica abaixada.

- Morrer de tensão quando eles estão no parque, com medo de que se machuquem.

- Entrar em pânico quando eles se machucam.

- Ganhar pelo menos 2 abraços de cada um por dia.

- Ver como são criativos enquanto brincam de massinha.

- Ter calo nos dedos de tanto recortar.

- Fazer uma festa a cada nova descoberta deles ou quando eles vêm mostrar algo, senão ficam tristes.

- Ganhar florzinhas que eles colheram no caminho pensando em você.

- Voltar para casa e achar fiapos de cola quente na calça e cabelos.

- Mesmo sem querer, apertar o “botão da fofura” que existe em você (é, ele existe, eu também achava que não tinha) e começar a falar como eles.

- Observar seus alunos correndo no parque e, de repente, vê-los parando a brincadeira para te dar um abraço.

- Perder as contas de quantas vezes eles pedem para ir ao banheiro.

- Querer "matar" sua chefe quando ela coloca bebedouros novos na escola, dos quais saem água quando você aperta o botãozinho, que hipnotizam seus alunos. Aí eles querem sair de sala toda hora para beber água, nunca vi tanta sede!.

- Escutar as palavras “tia”ou “professora” 2.459.138 vezes, pelo menos.

- É saber que nem sempre você fará os “frufrus”mais caprichados do mundo (enfeites de agenda, lembrancinhas, cartazes etc), pois você não é a pessoa mais habilidosa do universo,  ou porque você não terá tempo, ou porque não acha necessário fazer algo tão complicado e minucioso naquele momento.  Mas tudo bem, o importante é dar sempre seu melhor. Você não será uma professora pior ou menos dedicada por causa disso.

- Dizer: “Acabou o parque, fazendo fila Segundo Período. A Tia Lívia só fala uma vez”. E repetir essa mesma frase 5 segundos depois.

- Sair de casa toda arrumadinha, cabelinho ajeitado, sapatilha fofa ou saltinho, blusa nova, anel e colarzinho... E voltar descabelada, coçando a mão e pescoço com agonia das bijus, blusa e unhas todas sujas de tintas, tirar a sapatilha ou o saltinho e jogar longe, dizendo que nunca mais volta a usar aquele "trem" de tanta dor na perna que você teve.

- Ser uma exímia “andadora de costas” (só os fortes entenderão hehehe).

- E uma exímia “resolvedora de problemas”, porque quando um acontece, acontecem vários: o nariz do aluno sangra, uma faz xixi na roupa, o outro cai e machuca, o outro chora porque o colega bateu, o bilhete chega meio dia para você colar em 5 minutos nas mais de 20 agendas. E você tem que resolver todos ao mesmo tempo, mulher-maravilha e super-homem!

- Ficar rouca por ter de repetir várias vezes a mesma coisa, pois eles simplesmente não escutam!!!!

- Fazer exercício vocal para evitar a rouquidão e todos acharem que você está ficando louca quando começa a fazer o Zzzzzzz, Triiiiiiiiiiiiiiii, Jjjjjjjjjjjj.

Mas ainda assim...

- Morrer de saudade quando eles vão embora.

- Ter a certeza de que seus alunos são os mais lindos que existem. :-)

sexta-feira, 3 de março de 2017

B-A-B-A-D-O!!!



Uma das formas de fazer com que as crianças se interessem pela produção de texto (que eu, particularmente, acho bem difícil de ensinar) é quando pegamos histórias conhecidas e pedimos que eles deem um final diferente.

No curso que fiz no ano passado, A arte de contar histórias, minhas professoras propuseram isso e eu amei. Peguei as histórias da Cinderela e Chapeuzinho Vermelho, joguei no liquidificador e saiu isso aqui:


BABADO!


CV: Chapeuzinho Vermelho
C: Cinderela


CV: Era uma vez... Não, pera... Não foi há tanto tempo. Teve um dia... Não, pera, minha professora ensinou que não podemos ser tão informais quando começamos uma história. Ela sempre dizia que...

C: Ah, fica quieta. Você fala demais. Começa logo a contar a história...

CV: Hiiiiii. Sua estressada! Deixa eu falar, eu gosto de falar. Eu sou assim, me deixa. Se eu...

C: Ahhhh! Chega! Conta logo!

CV: Ok, ok, sem estresse. Então, gente, é um B-A-B-A-D-O! Dias desses, aconteceu uma coisa engraçada. Eu estava com minha mãe - por enquanto moro lá na casa dela, mas gente, eu vou me casar e estou super feliz! Já, já eu chego lá! Mal vejo a...

C: Chapeuzinho! Foca na história!

CV: Ah, é. Então, aí minha mãe pediu para eu ir a minha avó levar uns alimentos orgânicos. Sabe como é, tá na moda esse trem de orgânico. Uma frescura só. Eu, particularmente, detesto e...

C: Chapeuzinho, foco!

CV: Ah, é. Então eu fui lá. Peguei o metrô e quem eu encontro na estação Feira? Minha amiga Cinderela!

C: Oi, gente!

CV: Foi super legal! Colocamos o papo em dia e ela estava sem compromisso à tarde (só tinha um de noite, mas não foi, já já conto o motivo). Então, foi comigo dar uma passadinha na vovó.

C: Chegando lá, uma surpresa. Tinha...

CV: Não, deixa EU falar. Chegando lá, minha avó estava com uma visita: um caçador! E que caçador, se é que vocês me entendem hehehe.

C: Não gostei. É bonito, mas tem dona, viu?

CV: Aham, eu sei, queridinha. Continuando... Como você me interrompe!

C: E como você fala!

CV: Enfim, minha amiga Cinderela, que me acha uma tagarela...

C: Não acho, você é!

CV: Affff! A Cinderela, que não é boba, nem nada, puxou o maior papo com o tal caçador. A visitinha, que era para ser rápida, durou a tarde toda. Tanto é que ela acabou me dando o convite de um tal baile que ia ter onde ela mora, lá no Guará. Que bom que esse papo rendeu!

C: Sabe como é, né gente, papo bom a gente continua...

CV: Enfim, voltando o assunto para mim...

C: Ah, desculpa por ter roubado a atenção por 3 segundos.

CV: Desculpada. Então, eu fui ao tal baile com um sapato M-A-R-A que a Cinderela me emprestou, conheci um tal de Príncipe Encantado e o resto vocês já sabem...

C: Ah, tá. Resumindo, senão vocês ficam aqui até ano que vem: eles se apaixonaram, que lindo, ele a pediu em casamento em um barco no lago Paranoá, com fogos de artifício e blá, blá, blá.

CV: GENTE, TÔ NOIVA! Que tudo! Vou me casar!

C: De nada, amiga. Quero ser madrinha.

CV: Obrigada, claro que você vai ser! E nem vem que não tem: sei que você está muito feliz com o caçador, tá? Os brutos também amam hehe.

C: Engraçadinha. Mas estou feliz mesmo. Amo homens rústicos.

CV: E essa é a fofoca, ops, história que a gente contou.

C: A gente? Você, né, fofa? Fala tanto que eu só fiquei com as reticências...

CV: Ah, amiga, e só pra você saber, meu Príncipe ama o tanto que eu falo. Ele sempre diz que...


                                                                                                                   E viveu falante para sempre...