sexta-feira, 3 de março de 2017

B-A-B-A-D-O!!!



Uma das formas de fazer com que as crianças se interessem pela produção de texto (que eu, particularmente, acho bem difícil de ensinar) é quando pegamos histórias conhecidas e pedimos que eles deem um final diferente.

No curso que fiz no ano passado, A arte de contar histórias, minhas professoras propuseram isso e eu amei. Peguei as histórias da Cinderela e Chapeuzinho Vermelho, joguei no liquidificador e saiu isso aqui:


BABADO!


CV: Chapeuzinho Vermelho
C: Cinderela


CV: Era uma vez... Não, pera... Não foi há tanto tempo. Teve um dia... Não, pera, minha professora ensinou que não podemos ser tão informais quando começamos uma história. Ela sempre dizia que...

C: Ah, fica quieta. Você fala demais. Começa logo a contar a história...

CV: Hiiiiii. Sua estressada! Deixa eu falar, eu gosto de falar. Eu sou assim, me deixa. Se eu...

C: Ahhhh! Chega! Conta logo!

CV: Ok, ok, sem estresse. Então, gente, é um B-A-B-A-D-O! Dias desses, aconteceu uma coisa engraçada. Eu estava com minha mãe - por enquanto moro lá na casa dela, mas gente, eu vou me casar e estou super feliz! Já, já eu chego lá! Mal vejo a...

C: Chapeuzinho! Foca na história!

CV: Ah, é. Então, aí minha mãe pediu para eu ir a minha avó levar uns alimentos orgânicos. Sabe como é, tá na moda esse trem de orgânico. Uma frescura só. Eu, particularmente, detesto e...

C: Chapeuzinho, foco!

CV: Ah, é. Então eu fui lá. Peguei o metrô e quem eu encontro na estação Feira? Minha amiga Cinderela!

C: Oi, gente!

CV: Foi super legal! Colocamos o papo em dia e ela estava sem compromisso à tarde (só tinha um de noite, mas não foi, já já conto o motivo). Então, foi comigo dar uma passadinha na vovó.

C: Chegando lá, uma surpresa. Tinha...

CV: Não, deixa EU falar. Chegando lá, minha avó estava com uma visita: um caçador! E que caçador, se é que vocês me entendem hehehe.

C: Não gostei. É bonito, mas tem dona, viu?

CV: Aham, eu sei, queridinha. Continuando... Como você me interrompe!

C: E como você fala!

CV: Enfim, minha amiga Cinderela, que me acha uma tagarela...

C: Não acho, você é!

CV: Affff! A Cinderela, que não é boba, nem nada, puxou o maior papo com o tal caçador. A visitinha, que era para ser rápida, durou a tarde toda. Tanto é que ela acabou me dando o convite de um tal baile que ia ter onde ela mora, lá no Guará. Que bom que esse papo rendeu!

C: Sabe como é, né gente, papo bom a gente continua...

CV: Enfim, voltando o assunto para mim...

C: Ah, desculpa por ter roubado a atenção por 3 segundos.

CV: Desculpada. Então, eu fui ao tal baile com um sapato M-A-R-A que a Cinderela me emprestou, conheci um tal de Príncipe Encantado e o resto vocês já sabem...

C: Ah, tá. Resumindo, senão vocês ficam aqui até ano que vem: eles se apaixonaram, que lindo, ele a pediu em casamento em um barco no lago Paranoá, com fogos de artifício e blá, blá, blá.

CV: GENTE, TÔ NOIVA! Que tudo! Vou me casar!

C: De nada, amiga. Quero ser madrinha.

CV: Obrigada, claro que você vai ser! E nem vem que não tem: sei que você está muito feliz com o caçador, tá? Os brutos também amam hehe.

C: Engraçadinha. Mas estou feliz mesmo. Amo homens rústicos.

CV: E essa é a fofoca, ops, história que a gente contou.

C: A gente? Você, né, fofa? Fala tanto que eu só fiquei com as reticências...

CV: Ah, amiga, e só pra você saber, meu Príncipe ama o tanto que eu falo. Ele sempre diz que...


                                                                                                                   E viveu falante para sempre...


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