sábado, 29 de agosto de 2015

Post-it

Oi gente! Sabe, eu gosto muito de aprender com as pessoas. Aquele provérbio da Bíblia que diz “Como o ferro afia o próprio ferro, assim o homem ao seu amigo” (Pv 27:17) é algo realmente sensacional. Estar com outras pessoas (pessoas de boa influência, claro) nos faz melhores, nos faz ver coisas de forma diferente, enfim, nos faz enxergar além.

Sendo assim, eu vejo como elas fazem tudo, sua forma de se organizar, e vou tentando aplicar na minha vida. Aí junto isso com vlogs/ blogs legais que essas mesmas pessoas me indicam, e nos quais aprendo muito, e vou somando muitos aprendizados.

Como sou meio esquecida, eu anoto tudo na minha agenda. Meu esposo até ri de mim, porque sempre que chega o final do dia eu vou “ticando” o que eu fiz. Não, não adianta anotar no celular e apagar. Já comentei isso antes: comigo não funciona. Tem que escrever e passar o traço por cima.

E, quando eu digo que anoto tudo, é tudo mesmo. Minha agenda é algo que não posso perder. Já falei que tenho muito apreço por ela em outras crônicas. Ela está na minha bolsa o tempo todo e é consultada sempre.

Na parte de trás, eu anoto coisas que quero fazer em minha casinha a curto prazo ou atividades mais trabalhosas que deverão ser feitas em um dia que, por alguma razão, eu trabalhar menos, ou for feriado, ou sobrar algum tempinho na correria diária.

No dia a dia, eu escrevo as tarefinhas normais. Mas, colada ao lado, eu uso um Post-it bem grande com várias atividades mais básicas que, se possível, devem permear toda minha semana. Assim, eu não me esqueço de dar uma olhadinha e tentar cumpri-las. Como elas me ajudam muito, resolvi compartilhar. Escrevi com ajuda de todos que me cercam e, se te ajudar, ficarei feliz.

- Cursos. Coloco isso pra me lembrar de que, sempre que der, devo me atualizar profissionalmente, mesmo que sejam cursos rápidos a distância. Como eu trabalho na Secretaria de Educação, eles já fornecem todo ano cursos bem legais, aí é formação continuada, boa e de graça.

- Treinar piano e teclado. Tento pelo menos meia hora por dia. Não tenho facilidade, mas tento estudar e “fazer milagre” nesses 30 minutinhos diários.

- Estudar Francês e Inglês. Bom, como eu ainda faço francês, tento fazer meu deveres na hora do meu intervalo, pra assim ter mais tempo em casa. Mas uma dica que ouvi em um vídeo de um professor é tentar fazer isso no nosso “tempo morto”. Ou seja, enquanto faz a faxina, na ida e volta do trabalho, você aproveita e vai escutando algo nessas línguas. Tem me ajudado a desenvolver essa parte de compreensão oral, na qual eu sou terrível. É uma forma de utilizar bem o tempo.

- Ouvir pregações. Importante. Tem até um aplicativo que meu primo Carlos me falou e nele dá pra escutar sermões em outras línguas. Aí já junta o tópico de cima com este.

- Ler. Deixe o livro sempre na bolsa, porque, enquanto você espera na consulta, ou no intervalo no trabalho (durante não pode, viu?  Hehehe), ou em casa mesmo, você lê. Desliga a televisão, sai desse celular, porque ler é benção (lógico, quando o livro é de alguém que vale a pena e é recomendado, ok?  Pegue dicas! )

- Escrever no blog (ok, tenho falhado nisso desde o ano passado. Mas está escrito no Post-it, então pelo menos a consciência me incomoda hehehe).

- Tinha um tópico que era ver coisas para o casamento. Mas ele está riscado porque eu já casei. Eeeeeeeeee graças a Deus! Muito melhor ser esposa do que noiva! Organizar casamento é  lindo, fofo, maravilhoso, mas dá trabalhoooooo. Então, estou feliz porque passou...

- Ir a feira para comprar verduras, frutas e legumes, de preferência orgânicos. Ok, nunca fiz isso. Mas está aí, um dia criarei juízo e irei fazer e serei uma pessoa saudável. Só de ter escrito isso é um avanço para minha pessoa.

- Olhar os grupos no Facebook. Sim, eles tem dicas legais, reportagens e vídeos interessantes. Mas só faça isso bem pouquinho e só quando der mesmo. Há coisas mais importantes, em minha opinião.

- Olhar sites de compras. Eu nunca fiz, mas muita gente disse que vale a pena.

- Olhar dicas de passeios. Há muita coisa legal que acontece em nossa cidade e nem ficamos sabendo porque não pesquisamos. Eu gosto de olhar no site do Correioweb e CCBB toda semana.

- Olhar o site do seu órgao de trabalho. É importante acompanhar o que está acontecendo lá. Perdemos iniciativas e programas bons por não fazer isso (eu já perdi vários).

Enfim, essa é a minha listinha. Mas você pode acrescentar (se fizer isso, me conta, assim eu também faço e deixo a minha lista mais completa), tirar, mas acho legal tê-la sempre por perto, pois a correria nos faz esquecer tudo.

A todos os meus amigos, obrigada por, mesmo sem saber, terem me ajudado a fazer minha lista! Vocês são demais!

sábado, 22 de agosto de 2015

Pagar o preço

Calma pessoal cristão reformado! Esse título não é o que vocês estão pensando, não vou ensinar a barganhar com Deus! Eu irei explicar!

Há três semanas, tive a benção de voltar a fazer algo de que gosto muito: aprender música. Eu fazia piano, mas, com as despesas e falta de tempo decorrentes dos preparativos para meu casamento, tive de parar.

Aí vieram a casa e muitas outras contas. Resolvemos esperar um tempo para as coisas tomarem seu devido lugar. Mas continuei tocando, mesmo sem aula.

Então, Deus começou a colocar em meu coração o desejo de levar para a escola um tecladinho que tenho (na verdade, é da minha prima) e tocar com meus alunos. Comecei a procurar músicas e sempre esbarrava em um obstáculo: tudo o que eu achava eram cifras, quase nenhuma partitura.

Aí, veio a ideia: por que não fazer teclado? Já aprendi tudo que minha capacidade permite no piano hehehe, quem sabe aprendendo cifras não utilizo na escola e ajudo as crianças?

Conversei com meu esposo e ele super apoiou! Comecei a pesquisar e decidi fazer na Escola de Música da Igreja Batista Filadélfia.

Na aula experimental, eu e o professor estávamos conversando e eu contando que gosto muito de música, fiz alguns anos de piano, mas não tinha facilidade, que meu tempo era curto para treinar. Ele, que toca muitooooooo, começou a me contar a sua história:

- Lívia, para eu tocar desse jeito, eu treinei muito. Eu parava só para comer. Para ficar assim, eu tive que pagar o preço.

Nossa, saí de lá e fiquei pensando: caramba, é verdade! Quem aqui não tem uma vida corrida? Quem aqui não usa aquela famosa frase “Eu não tenho tempo!” o tempo todo?

Mas, se gostamos muito de algo, temos que pagar o preço para encaixá-lo na nossa vida. E veja bem: não estou falando de orar, ler a Bíblia, devocional com Deus. Isso é fundamental e tem que estar na nossa rotina como prioridade. Estou falando de coisas de nosso lazer, que muitas vezes protelamos, tipo: aprender um instrumento, fazer um curso online de astronomia (está na minha lista, uma das minhas paixões também), aprender a costurar e fazer crochê, a cozinhar, muay thay, enfim, há tanto a se fazer!

Se realmente queremos, é preciso pagar o preço: levantar mais cedo, dormir menos, se organizar melhor, dormir mais tarde, ver menos televisão, mexer menos no celular (ixi...).

Olha, não é fácil. Sei que não faço muitas coisas comparado a muitas mulheres por aí, verdadeiras mulheres-maravilha... Ainda tenho dificuldades em conciliar meu trabalho, afazeres de casa, de esposa, academia (tristeza) e outras tarefinhas que sempre surgem. Mas tenho orado pedindo a Deus que me ajude, me dando sabedoria para administrar meu tempo, menos preguiça, menos cansaço, menos sono.

Tento me mirar nos exemplos excelentes de pessoas com quem convivo na família, trabalho e igreja: mulheres que têm filhos educados, maridos felizes, casas arrumadas, são boas em seu trabalho, se arrumam bem, enfim, conciliam tudo com muita maestria! Elas, mesmo sem saber, são minhas maiores incentivadoras a pagar o preço e me dedicar mais aos meus treinos e aprendizados. Obrigada, Deus! O Senhor pôs pessoas extremamente especiais para “cruzar” meu caminho!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O chinelo de Davi

Ele é um menino baixinho, de olhos grandes, muito bonitinho. Mas sou suspeita. Sempre acho meus alunos bonitos. Porém, não me lembro de um só dia em que ele foi para a aula sem ter o nariz escorrendo. Muito simples, com roupinhas sempre sujas e surradas, aquele tipo de criança que você tem certeza que terá dificuldades para aprender a ler e escrever. Mas, não... Ele teve uma baita super professora no ano passado, a qual eu admiro muito, e chegou para mim lendo algumas palavras e formando frases compreensíveis... Ou seja, já bem melhor do que a maioria de meus outros alunos.

Não falta aula de jeito nenhum. Era bem desorganizado, mas, após as broncas dessa professora que vos escreve, que é bem chata hehe, tem melhorado seu capricho. É uma criança doce, esforçada e com um sorriso lindo. Esse é Davi (nome fictício para um aluno bem real).

Um dia, fiz um ditado em sala (sim, sigo um ensino muito tradicional às vezes) e, para minha surpresa, devo admitir, Davi ganhou. Não pensei duas vezes: vou dar um conjunto de canetinhas como prêmio, das melhores. Ele merece! 

Passadas algumas semanas, um aluno o pergunta: 

- Davi, cade suas canetinhas?

- A minha irmã pegou...

Fiquei indignada! Como assim?  Elas eram dele! Que absurdo! E o coitado ainda levou mais uma bronca da tal professora que vos escreve, sem nem ser o culpado.

Mas, ao contar para minha mãe o ocorrido, ela disse: 

- Minha filha, eles devem ter vendido. E fizeram isso para assim ter o que comer em casa.

É... Infelizmente, isso é bem comum em comunidades carentes, como a que eu trabalho...

Vieram as férias, acabaram as férias, veio o terceiro bimestre... 

Eis que um dia lá vem Davi, com seu chinelinho na mão, dizendo que ele havia arrebentado no caminho para a escola. Peguei um clips e consertei, enquanto escutava o que os outros diziam a ele:

- Davi, a tia não gosta quando vem de chinelo pra escola. Tem que ser tênis ou sandália fechada...

- Não, Igor, mas ele não tem...

Olho para Davi e ele, com seus grandes olhos, me devolve o olhar:

- Davi, você tem outra sandália em casa?

- Não, professora.

E fiquei o observando no recreio. Sempre correndo com o chinelo preso com um clips, com um sorriso no rosto. Nada pararia sua brincadeira e nem sua alegria.

Fui para a sala e aí aconteceu... Deus me incomodou: 

- Vá e compre uma sandália para ele...

E eu: 

- O que?  De jeito nenhum! Povo folgado, vai é se acostumar pensando que eu tenho obrigação de dar. Não viu o que aconteceu com as canetinhas? Não dou e não dou mesmo!

Mas não teve jeito... Deus continuou a incomodar, me trouxe ao coração aquele versículo que “Mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos 20:35). Saí da escola e passei na loja de calçados...

No outro dia, dei um jeito de entregar longe das outras crianças. Ele abriu, me olhou com aqueles grandes olhos, e disse: 

- Muito obrigada, professora!

 E eu falei: 

- Não deixa sua irmã pegar dessa vez, senão eu a chamarei aqui na escola e vai ter bronca!

Neste mesmo dia, íamos fazer um cartão de dia dos pais. Deixei-o escrever o que quisesse, e eu corrigiria com ele depois.  Ao ler, me emocionei. Ele escreveu o nome de todos as pessoas que moravam com ele (umas 10, todas na mesma casa). E acrescentou: Eu amo muito vocês!

Um garoto simples, que provavelmente vive uma vida perto do miserável, mas que não deixar de ter um amor sincero pelos entes que o cercam e não deixa de ter um sorriso no rosto, não importa se seu chinelo é do homem-aranha ou se é “amarrado” com um clips...

E nós?  Quantas vezes nosso coração não é ingrato, mesmo com tudo que temos e pelas pessoas que temos ao nosso redor? 

O chinelinho não sai mais de seu pé, já até mudou de cor hehe. E a lição de Davi também não sai mais de meu coração. 

A todos vocês, um bom final de semana! Que sejamos mais como Davi, afinal, já temos tudo, pois temos Cristo no coração e isso já deveria ser suficiente para deixar um sorrisão estampado... E, além disso, Deus nos presenteia, todos os dias, com muito, muito mais do que precisamos ou merecemos!