quinta-feira, 7 de maio de 2020

Qual o maior desafio da maternidade para você?



Um dia, desci com minha pequena para passear "debaixo do prédio" (amo essa expressão brasiliense). Tem tempo, bem antes dessa pandemia. Fiquei olhando aquelas crianças brincando, correndo, e pensei na Manu fazendo o mesmo. E me deu uma vontade danada de que o tempo passasse rápido e ela chegasse nessa fase logo. Mas aí ouvi a frase top 2 da maternidade de um pai que estava lá.

A primeira no hanking é: Dorme tudo que tiver pra dormir agora, porque depois que nascer...

A frase 2 vem geralmente acompanhada de uma carinha de cachorro que caiu da mudança: Aproveita essa fase... Porque passa rápido.

E isso me levou a refletir sobre os muitos desafios da maternidade. Qual será o maior?

Para uns, o temido parto e sua recuperação, não importa se normal ou cesárea. E doi mesmo... E olha que o meu foi até rápido.

Para outros, o puerpério. Esse é louco. Você se recuperando, aprendendo a ser mãe e a cuidar de um bebê, nao entendendo seus sinais... Cheia de dores, hormônios mais loucos ainda, choros sem motivos, com motivo, nervos à flor da pele. É assustador e eu tive tudo que escrevi anteriormente, adicionado ao fato de que minha mãe (minha âncora nos primeiros dias, aquela que cuidava de mim enquanto eu cuidava da bebê) adoeceu quando minha filha tinha 2 semanas, ficou internada e não pôde me ajudar durante um certo tempo.

E as noites sem dormir? As mil acordadas durante a madrugada? Ou noites em claro? Privação de sono é terrível...

E os choros, que nos levam ao desespero porque não sabemos o que está acontecendo?

E a amamentação? Essa pra mim foi uma das piores. Tive fissura, 2 episódios de candidíase, ductos entupidos, 2 mastites e 1 internação. Tá bom, né?

Mas não. Nenhum desses eu considero o maior desafio.

O maior deles é, em meio a esse furacão de tudo que escrevi acima acontecendo ao mesmo tempo, a gente... Simplesmente... Curtir.  Aproveitar nosso neném sem reclamar. Sentir o cheirinho, olhar pra ele durante as mamadas, sorrir de volta, deixar ele segurar nosso dedinho bem forte, brincar, ver seu desenvolvimento dia a dia, comemorar cada vitória nos exames e cada grama ganhada...

Esse pra mim é o maior desafio. Deixar a tensão de lado e curtir cada fase com intensidade.

Porque, de fato, eu olho pra minha Manu com 6 meses e já dá uma vontade de colocar a cabeça de lado, fazer aquela carinha de cachorro que caiu da mudança e me juntar ao coro dizendo a frase do começo do texto.

E outra: será que eu curti? Ou só reclamei de tudo de ruim que aconteceu, sem gratidão pelas lições aprendidas?

Quando eu menos esperar, passou e uma menina estará correndo perto de mim debaixo do bloco... E será eu, olhando pra cada bebê perto de mim, com um balãozinho de fala em cima da cabeça: Aproveitem... Passa rápido. :-(

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