segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Registro para dias difíceis (parte 2)

Bom, continuando minha história da semana passada...

Não, eu não fui convocada. Eles simplesmente não chamaram ninguém e nem deram explicações sobre isso. Se não fizeram isso no começo do ano, não fariam durante o ano... Era improvável...

Poxa, fiquei muito mal: continuaria sendo monitora? Não me leve a mal, eu gostava de ser ajudante, mas não era para isso que eu tinha me formado, afinal de contas. Esse emprego era para ser temporário, enquanto não virava professora, mas ter ficado nele mais tempo do que eu gostaria começou a me deixar bastante frustrada.  Quando passei, em 2010, nem tanto, mas depois, tanto em 2011 quanto neste ano, queria muito ser professora. Uma vontade muito forte mesmo. A espera foi algo angustiante, mas de muito aprendizado também.

Parecia que tudo me deixava pra baixo, até situações simples. Na escola em que trabalhava, tinha uma pasta de avisos e cursos. Cada um mais legal do que o outro. Mas eu sempre ficava triste, pois tudo era para professores...

O ser monitora era uma bênção. Aprendi muito! Mas tinha o lado ruim: não participava de decisões, tomavam decisões por mim; ficava 8 horas por dia em sala; pulava de sala em sala conforme a necessidade (e eu detestava isso, gostava de ficar na turma de sempre), e, de certa forma, nem podia dizer que as crianças eram MINHAS/MEUS ALUNAS (OS).

Eu ficava triste até quando olhava a agenda e via os bilhetes endereçados à professora da turma. Poxa, isso só confirmava: a turma não era minha e a minha turma parecia tão longe...

Mas essa espera só fez aumentar minha vontade de ser professora. No filme “Capitão América”, o personagem principal, antes de sua transformação, pergunta por que o tinham escolhido. E eles o respondem:

- Só os fracos sabem o valor da força.

Eu me via nessa definição. No dia em que fosse professora, saberia dar muito valor, pois, se tivesse sido fácil, a vitória teria outro gosto. Eu poderia até me achar se minha nota não tivesse caído no concurso, pois ela seria alta, ficaria entre os primeiros. Mas Deus disse:

- Não! Você será apenas uma das que vão entrar, e não a primeira colocada, a melhor.

Além disso, aprendi que minha convocação não dependia de mim. Muitos me deram certeza de que eu seria chamada em janeiro de 2011. Mas ninguém sabia de nada. Só Deus.

O tempo foi passando... As orações só aumentavam, mas a angústia também.

Em maio, uma luz no fim do túnel surgiu. Uma amiga da igreja, Suzana, que é professora, me disse que havia rumores de uma possível convocação naquele mês. Seriam 200. Não chegaria até minha classificação, mas já era um bom sinal.

No dia 17/5, recebi a notícia de que algumas pessoas que haviam ficado em classificações inferiores a minha entraram na justiça e conseguiram ser convocadas! Diante disso, o SINPRO (Sindicato dos Professores) se mobilizou para entrar com uma ação conjunta para que os outros aprovados também fossem chamados. Lembro-me de ligar para um amigo meu que é advogado e começar a separar os documentos necessários. Estava tão brava no telefone! Era tanta coisa! Poxa, chega desanimei... Só pensava assim: se eu tivesse entrado de primeira, não ia precisar disso.

Comecei a ler o blog no qual aquela notícia tinha sido publicada. Os advogados que haviam ganhado a causa diziam que, por haver esse precedente, seria provável que a justiça fosse favorável à ação conjunta do SINPRO. Mas as justificativas deveriam ser diferentes das que foram colocadas por eles e, de qualquer forma, até a decisão sair levariam alguns meses.

Alguns meses... Aquilo soou na minha cabeça com a força de um soco. Mais tempo? Deveria esperar mais? Ah não...

Desanimada, retornei para a página inicial do blog. De repente, uma frase em letras gigantes chamou minha atenção:

ATENÇÃO APROVADOS: AMANHÃ GOVERNO DO DF IRÁ CONVOCAR 300 PROFESSSORES!

Opa, 300? Não eram 200? Se forem 300, eu entro! Será? Será que dessa vez iria acontecer?

Espere até a próxima postagem! : )

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