Primeiro, eles não escutam o que você explica. Só o que é do
interesse deles. Você pode falar mil vezes, por exemplo, que é para escrever o
nome completo na folha. Sempre terá algum que irá perguntar depois: “É o nome
completo, tia?”.
Você passa a semana ensinando o B, dá música, brincadeira,
mil atividades, se veste de bruxa e conta história que tem essa letra, mas não
adianta: sempre tem aquele que não irá gravar a letra que você explicou.
Mas fala que é hora do recreio. Fala que vai dar massinha.
Fala que é dia do brinquedo, pra ver se eles não escutam de primeira...
Aí depois tem aqueles que acham que é sua obrigação dar
presentes e lembrancinhas, e nem um muito obrigada você escuta. E ainda ficam
criticando o que você deu e querendo escolher.
Tem outros que também não tem um pingo de educação, sempre
te interrompendo quando você está falando, que falam mais alto do que você, que
vem com uns assuntos nada a ver com o tema em questão...
E aqueles que tomam conta da vida de todo mundo, falando
tudo de errado que o outro faz, mas não vendo as próprias falhas.
Fora os que comemoram na sua cara quando não tem aula, não
se dedicam e fazem tudo de qualquer jeito, e só querem brincar.
Terrível, né?
Mas e se a situação se invertesse de certa
forma? E se nós virássemos alunos novamente? Teríamos outra atitude? Ou será
que aluno é tudo igual, não importa a idade?
Pois sim. Umas das coisas boas da Secretaria de Educação é
isso. Todo ano temos uma gama de cursos para fazer, um melhor do que o outro.
Este ano resolvi fazer o “Rodas de brincar”, com a mesma
equipe fantástica do curso que fiz no ano passado, “A arte de contar
histórias”.
Em uma de nossas aulas, comecei a reparar na minha postura e
de minhas colegas, todas elas professoras, e fiquei refletindo...
1- A gente não escuta. A professora acaba de explicar a brincadeira e fazemos tudo errado. Mas fala que está na hora do lanche pra ver...
2- Elas nos deram um pequeno mimo pelo dias das mães, que mesmo quem ainda não é mãe, como é o meu caso, acabou ganhando. Eu fui, comecei a escolher o que eu queria, querendo mais o da colega do que o que eu tinha recebido. Voltei pra minha mesa e sequer agradeci. Só lembrei quando vi uma das colegas, uma das poucas aliás, dizendo: Muito obrigada (isso que as professoras passaram o final de semana inteiro fazendo, coisa que não é da obrigação delas NUNCA NESSA VIDA).
3- A gente interrompe o tempo todo. Falamos coisas que não têm nada a ver com o assunto. A gente grita. A gente quer mandar mais do que as professoras. A gente conversa sempre e atrapalha.
4- A gente toma conta da vida das colegas, mas se esquece de olhar pro nosso umbigo e ver que quem estava fazendo errado era a gente e não a outra.
5- Comemoramos efusivamente quando não tem aula. Chegamos atrasados e queremos (ou exigimos) sair mais cedo. Não nos dedicamos e não damos nosso melhor.
Soou familiar? Nós somos nossos alunos quando sentamos nas
cadeiras e viramos corpo discente.
Logo, fica a reflexão. Antes de criticarmos nossos alunos,
vamos pensar melhor como agimos diante de nossos professores também. Nossos
alunos são, na maioria, crianças, e ainda estão aprendendo a conduta correta
nas situações da vida. Nós somos adultos já. Será que nos comportamos
como tal?
Verdade Livia,�������� mesmo não sendo professora, soou familiar!!rssss
ResponderExcluirBeijos Cida!
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