sexta-feira, 7 de julho de 2017

Um aluno muito abençoadinho!



Nome: PG. Idade: 5 anos. ANEE (Aluno com Necessidade Educacional Especial): Sim - portador da Síndrome de Down. Tem direito à turma reduzida e a uma educadora social.

Não tem tempo ruim para ele. O dia em que não sorri, me preocupo. Ama brincar, em especial com bonecas de cabelos esvoaçantes. Gosta de pular. Tem uma queda por meninas bonitas, em especial aquelas com cabelos que, quando ele assopra, voam bemmmm alto.

Quando vai ao parquinho da escola, se balança o tempo todo. Ou fica só no escorregador. Na hora de sair, não vem quando chamamos. Quando vamos buscá-lo, fica correndo da gente, nos fazendo andar em círculos atrás dele (nessa hora, tapo minha boca para esconder o riso, mas fico bem brava).

Tem uma fixação por amarrar o casaco na cintura e quer que façamos o mesmo com os nossos.
Não bate, não empurra, não morde, e ama imitar os amigos.

É um pouco teimoso. Quando brigo após fazer coisa errada, abaixa a cabeça e tapa os ouvidos (tenho que me segurar para não dar risada, novamente).

Fala poucas palavras, mas uma delas é “tia”e usa sem parar. Não come muito, mas ama pão de queijo e salgadinho. Tem um abraço super gostoso!

Chegou com fralda. Resolvemos desfraldar. Está no plural porque incluo minha super monitora Andressa, que saiu após um tempo, mas foi responsável por iniciar essa saga. Ela foi substituída pela fantástica Patrícia, que continuou o processo com maestria.

Peguei várias dicas com minha amiga-super-professora Anne. Fiz fichas e eu e as meninas lembrávamos todos os dias que “xixi”e “cocô” eram no vaso, que ele era grande e não usava mais fraldinha.

Ele era levado ao banheiro de meia em meia hora. Foram várias escapulidas, limpadas, banhos, várias roupas sujas, várias comemorações quando ele fazia tudo no banheiro.

Pensei que levaria tempo até ele perceber o que estávamos fazendo. Sinceramente, cheguei a duvidar que isso iria acontecer.

Mas... Ainda bem que existe o mas! Eis que um dia tivemos uma surpresa. Ele estava na sala e de repente saiu correndo. Eu olhei para Patrícia sem entender, e ela foi atrás. Onde estava? O que foi fazer? Fugiu da sala?

Não. Tinha ido ao banheiro. Sozinho. Deu vontade e entendeu que era ali que deveria fazer. Não... Será? Será que entendeu?

Contei para sua mãe. Dei um pulo e um gritinho saiu quando falei. Não fazia ideia de como seria nos outros dias... Mas queria comemorar essa vitória.

Mas... E ainda bem que existe o mas... Ele continuou... Deu vontade, ele simplesmente levanta e vai ao banheiro. E a gente? Estamos pulando de alegria!!!

Já houve escapulidas. Ainda haverá outras. Mas, por hora, comemoramos esse importante passo que ele deu!

Agradeço de coração à Andressa e Patrícia, sem as quais ele não teria conseguido. Vocês não existem! O que seria de mim sem vocês?

Mas agradeço em especial a você, PG, por me ensinar todo dia que a felicidade está nas pequenas coisas, por me fazer rir mais (nem que seja de sua teimosia hehehe) e por me fazer acreditar! Você é especial, não por ter Down, mas por ser um garoto incrível, que ocupa boa parte de minhas conversas atuais e é mais um dos motivos para eu me sentir super abençoadinha!

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