sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sobre casamento... Presente de Natal



Se tem uma coisa que eu aprendi no casamento (aliás, desde antes) é que homem não entende indiretas. Não mesmo.

Tinha uma coisa que eu era maluca para ganhar: aquela pulseirinha da Pandora ou Vivara que você pendura berloques sobre sua vida, a pulseira Life.

E não, não é porque é modinha. Eu vi meio que o “protótipo” dela no filme “Antes que termine o dia” quando era adolescente. E tem uma cena em que o cara dá uma pulseira dessa, pendurando coisinhas fofas que eram a cara da sua namorada. Me apaixonei na hora por aquilo!

Anos depois, a Pandora e a Vivara vieram com essa pulseira e eu fiquei louca!!!!! Já namorava o Anderson e não sei dizer quantas indiretas eu joguei falando que eu queria ganhar. Mas foram muitassss mesmo. E eu não queria dizer, assim, às claras. Eu queria mesmo é que ele entendesse a indireta, visse que era minha cara e me desse de surpresa.

Eu cheguei a sonhar mais de uma vez que ganhava. Acordava triste quando via que era só um sonho. Contava pra todo mundo que eu queria, mas não deixava que comentassem com ele, porque queria que ele visse como aquela pulseira era minha cara e me desse de surpresa (já falei isso, mas só para reiterar)!

O engraçado é que toda vez que eu comentava da pulseira, o diálogo era sempre o mesmo, mais ou menos assim:

- Ai, meu bem, a fulana ganhou uma pulseira tão linda. Ela é assim, assim, e é minha cara.

- Pulseira? Oxi, nunca ouvi falar nessa pulseira.

- Nossa, meu bem, já falei dela pra você várias vezes. Váriasssss vezes.

- Sério? Engraçado, não me lembro. Nunca ouvi falar nessa pulseira.


Ele falou essa frase exatamente em todas as vezes em que joguei a indireta, no mínimo umas 253 mil vezes.

Eu ficava tão chateada! Sofria quando via a dos outros, ficava perguntando o que cada berloque significava, sonhando e sonhando que um dia ganharia.

Até que... Fui para meu curso Mulher Única e as meninas de lá já sabiam da minha saga “Pulseira”. Uma das colegas naquele dia veio me dizer que a pulseira estava em promoção. Meu olho chega brilhou. Minha amiga Larissa virou e disse:

- Deixa de ser boba. Manda logo mensagem pedindo!

Não aguentei. Mandei a mensagem:

Meu bem. Há 3 anos dou indiretas que quero ganhar um determinado presente e você nunca entende. É uma pulseira. Não está barata, mas ela está em promoção. Vamos lá comprar comigo para me dar de presente de Natal?

A resposta dele: Claro, vamos sim. Você merece. Mas que pulseira é essa?

Kkkkkkkkkkk, só rindo mesmo.

Falei, ganhei, não foi surpresa, mas fiquei tão feliz. Enfrentamos um filão, demorei uma vida para escolher os berloques (só 2 e os que estavam em promoção hehehe), o marido já estava desistindo porque eu não decidia, mas ganhei!!!!! Uhuuuuuuuuuu é tetraaaaaaaaaa. Mereceu muitas dancinhas da alegria!

Tudo bem que teve que dividir em mil vezes e o presente valeu como Natal, niver de casamento, aniversário, dia das crianças, dia do presbiteriano, dia internacional da mulher. Mas já expliquei que sempre que ele quiser me presentear, é só ir lá e comprar um berloque que seja minha cara. Ele balançou a cabeça, acho que entendeu hehehe.

E aprendi umas lições com isso:

Primeiro: Há coisas que eles não entendem e nunca vão entender. Deve ser algo com o cérebro, sei lá, falta de massa cinzenta, conexões entre os neurônios. Não sou cientista, mas tem algo ali que está faltando hehe. Não adianta lutar contra isso. Não há cura.

Mas tem um remédio que ameniza: comunicação. Certas coisas têm que ser faladas às claras. É ótimo quando eles nos surpreendem, mas temos que encarar os fatos de que na maioria das vezes isso não acontecerá.

Esses dias li um texto de Drika Elizabeth Vasconcelos que uma colega enviou e tem umas partes que ela fala sobre isso:

“De fato, nós, esposas, no geral, não queremos ter que pedir as coisas. Ficamos irritadas por ter que fazê-lo ou até mesmo deixamos de comunicar nossos desejos por achar que se o marido nos ama, ele vai adivinhar. Mas isso reflete a pecaminosidade do nosso coração. Reflete injustiça, insegurança, ansiedade, ingratidão, insubmissão, desrespeito e muitas outras coisas.

Por que é errado?

Primeiro, porque estamos demandando algo dos nossos maridos imperfeitos que nem mesmo em 50 anos de casados eles conseguiriam fazer (ler nossa mente, conhecer-nos o suficiente a ponto de prever os nossos pedidos). Somente Deus conhece-nos perfeitamente, e Ele ordena que nós coloquemos diante Dele os nossos pedidos (1 Tm 2.1). Ele poderia realizar nossos desejos e pedidos sem nós pedirmos? Claro! Mas Ele quer que nós cheguemos a Ele em oração e petição, porque isso gera intimidade, confiança, comunicação, respeito, etc. (...)

(...) Uma dica para as esposas (inclusive para mim mesma) que tem essa mania de ficar exigindo que o marido vire telepata: Cultive a comunicação. Somos comunicadoras natas! Use seus talentos para investir no seu relacionamento.”

Segundo: Minha irmã diz que nós mulheres temos a função de inserir os homens na sociedade hehehe. O que isso quer dizer? Ensinar boas maneiras, como se portar em ocasiões diferentes e lugares diferentes. E, caso ele não saiba, explique, desenhe e ensine que mulher gosta de joia, jantar, surpresa, coisas baratinhas e fofas com significado, mas gostamos de ganhar, de vez em quando, coisas um pouco mais caras também.

Terceiro e mais importante: Isso não diminui o homem que ele é em minha vida. Ganhei a pulseira de Natal, mas meu marido me faz perceber que Cristo é o meu maior presente todos os dias. Meu esposo me faz ser mais parecida com Ele, seja na alegria, na tristeza, nas brigas, nos dias felizes, na chatice, na simpatia. Isso é essencial.

A pulseira um dia vai perder a graça, vai ser doada para alguém, vai arranhar, pode ser perdida (ai meu coração), mas ter um sacerdote do lar, que vai comigo nos caminhos de Deus, me exorta, sonha comigo, ora por mim, cuida de mim, sustenta a casa, isso sim é fantástico.

Gostaria que ele me desse mais surpresas? Sim... Fico chateada porque ele não o faz? Não deveria, mas sim. E infelizmente até deixo isso atrapalhar em inúmeras vezes. Mas ele tem dificuldades nessa área... Porém, em outras, que são mais importantes e é o que realmente vale na nossa vida de servos de Deus aqui na Terra, ele é nota mil! E louvo a Deus por isso!

Então, mulherada... Bora simplificar as coisas, agradecer a Deus por tudo e abençoar nosso relacionamento! Se ele não entender a indireta, vai na direta mesmo. Deus abençoe e sejam felizes nEle! Feliz Natal!

3 comentários:

  1. Amei o texto!
    Lembrei de tantas histórias que passei com o marido! Muitas em que me comuniquei (pq sou mais direta mesmo), mas tbm muitas em que esperei ele adivinhar minhas vontades (pq sou mulher mesmo, e pecadora)!
    :*

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    1. Verdade Thaís... Pecadoras que somos, infelizmente iremos errar... Mas graças a Deus que nos incomoda e nos molda de acordo com Cristo. Super beijo!

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  2. Adorei. Ri,chorei, concordei...muito bom! Fim das indiretas e diretas já! O que vale é a comunicação e o presente em mãos,ou melhor... no pulso.

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