sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Muito prazer!

Olá. Muito prazer. Eu me chamo Lívia e nas linhas abaixo contarei um pouco da minha história, explicando a minha posição de ser totalmente contra o aborto.

Minha mãe e meu pai já eram casados há algum tempo e eles já tinham minha irmã. Ela engravidou de mim no último ano da faculdade, a qual já tinha feito conciliando trabalho (o dia todo), casa, marido e filha pequena. Logo, não fui planejada, mas ficaram felizes com a notícia.

Após um tempo, ela teve um sangramento com mais ou menos 8 semanas de gestação. Ele era devido ao aborto espontâneo de meu irmão gêmeo (ou minha irmã).

Mesmo em placentas diferentes, não era para eu ter sobrevivido (palavras do médico). Sou um milagre! Todos queriam fazer curetagem, mas o médico e minha mãe não deixaram. Sabiam que eu estava lá, que eu era vida sim, e que a curetagem iria me matar.

Então, eis o resultado: 45 dias de repouso absoluto e, pelo médico, ela não tinha que levantar nem para ir ao banheiro.

Nasci e sobrevivi. Tive icterícia quando bebê, fazendo minha mãe chorar quando me viu de olhos vendados, no banho de luz.

Quando cresci, tinha muita dificuldade para comer. Não gostava de jeito nenhum, para desespero de todos. Minha mãe saia de seu trabalho lá na Asa Norte até o Guará todos os dias, durante quase 10 anos, só para me dar comida na boca (se não fosse assim, eu não comia de jeito nenhum).

Já fiquei internada. Já sumi no shopping e reapareci. Caí várias vezes de cabeça.

Sempre fui medrosa. Acordava no meio da noite e só me acalmava se fosse dormir junto de meus pais. Quando cresci, pegava meu colchão e levava até o quarto deles.

Isso fora os outros trabalhos “normais” que todo filho dá: falta de educação, preocupações, nossas dores que doem mais em nossos pais do que na gente.

E aí ouvi a decisão de que um bebê de 3 meses de gestação não é vida...

Fiquei refletindo... Já pensou se minha mãe tivesse pensado assim? Será que se ela soubesse de tudo que iria enfrentar, de tudo que teria de fazer, será que voltaria atrás? Por motivos religiosos, sabia que ela diria não. Mas resolvi perguntar:

- Mãe, se você soubesse de tudo isso, de todo trabalho que eu daria... Você me abortaria?

- CLARO QUE NÃO! Sou crente, esqueceu??? Minha filha, jamais faria isso! Que trabalho você me deu?

Chorei. E me emocionei. Agradeço a Deus porque ela não desistiu de mim!

Então, quando olho a decisão desses “magistrados”... Quando penso em minha história... Quando penso em quantas pessoas queridas e próximas, pelas quais eu oro todos os dias porque têm dificuldade em engravidar, dariam tudo para ter um ser de apenas 3 meses ou menos dentro de si... Quando penso na alegria simplesmente indescritível que senti quando minha irmã anunciou a chegada de meus sobrinhos, com apenas 6 e 8 semanas, que para mim já eram cheios de vida, não importa quantos centímetros tinham... Desculpa, dói muito. Dói demais. Não consigo entender como é possível definir que até os 3 meses não há vida... Não consigo. Só posso lamentar, chorar e orar.

Eu sou Lívia. Tenho 29 anos, mas já tive 3 meses. E você? #ContraoAborto #AFavorDaVida





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