sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobre o texto da jornalista...

Esses dias, eu estava olhando o Facebook e me deparei com este texto que um colega compartilhou: A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico.  (http://glo.bo/1j9hndS).

Ele é bem antigo, mas só li este ano. Me incomodou e eu me senti na, digamos assim, obrigação de esclarecer certos pontos que, por ela não entender muito o meio evangélico, se equivocou, em minha opinião.

1) Achei interessante ela se sentir prejudicada pela falta de respeito do taxista em relação a sua não-fé. Mas aí é que está: talvez, nesse dia, ela tenha entendido um pouco o que nós evangélicos enfrentamos todos os dias... Me usando como exemplo, quantas vezes eu não escutei piadinhas, sarcasmo, quando comentava que queria casar virgem? Ou quando eu defendia o criacionismo? Ou quando eu defendia meus valores? Isso para citar exemplos simples... Imagina o que meus irmãos de fé passam?

Agora, me permitam um desabafo que vai além do texto da jornalista. Poxa, sabe qual a impressão que eu tenho? Que todos podem ter uma opinião, menos os religiosos. Todos podem ter uma opinião, desde que não tenha nada a ver com a Bíblia. Todos podem ter opinião, desde que não tenha nada a ver com Deus. Ué, por que todos podem defender seu ponto de vista, menos eu?

O que ela fez foi generalizar. Não são todos os evangélicos que são intolerantes e não respeitam outra fé ou outra não-fé... Mas também queremos defender nossa opinião, nossos valores. Mas, se abrimos a boca e falamos da Bíblia, nos olham de cara feia, como se fôssemos pessoas sem cérebro. Ora, se você tem liberdade para acreditar (ou não) no que quiser, eu também tenho.

Mas não. Não posso ter opinião, pois senão sou tachada de homofóbica... Não posso ter opinião, pois sou chamada de burra por acreditar que Deus fez o universo. Cadê o respeito pela minha crença?

O que eu vejo é que a maioria dos ateus (não todos, não vou exagerar), odeiam Deus, em vez de não acreditar em sua existência. Agora, como odiar alguém que eles veementemente dizem não existir, é um paradoxo que não consigo explicar.

2) Bom, ela cita o fato de que o catolicismo “mantém uma relação de tolerância” com os ateus, porque, entre outras razões, é possível ser católico não praticante.

Bom, para mim, isso não existe. Quem não é praticante, não é seguidor da religião. Se você segue, tem que praticar.

Depois, ela escreve assim: “O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno”.

Só que a Palavra de Deus diz: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns”. Hebreus 10:25a

E: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa”. Malaquias 3:10a.

Logo, dar o dízimo e ir a casa de Deus são ordens e tem que ser obedecidas.

Agora, quanto a outras afirmações: “Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado.” E: “É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.”

Precisamos ter cuidado... Não podemos generalizar. Sei que há igrejas que fazem isso e elas estão erradas, pois a Bíblia não respalda essas atitudes. Mas, em muitas outras, não é assim. As pessoas frequentam a igreja porque essa é uma ordenança dada por Deus (como escrito acima) e dão o dízimo porque também é ordem de Deus para se manter Sua casa. Então, cuidado ao afirmar que as igrejas são capitalistas e vendem produtos milagrosos. Da mesma forma que não podemos dizer que ateus são uma espécie de Satanás, não podemos generalizar que todas as igrejas neopentecostais estão cheias de fiéis por causa disso.

3) Outro comentário que me incomodou foi esse: “Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na 'Igreja Celular Internacional', nada mais me surpreende”.

Para uma pessoa que, aparentemente, é tão tolerante, muito me espanta a crítica feita à Sarah Sheeva. O que é que tem ela ter esse ministério com meninas virgens? Não sei como foi o passado dela, mas, a partir do momento em que ela se converteu, tudo de podre que ela fez foi jogado no mar do esquecimento e ela se tornou outra pessoa.

Eu e ela somos de igrejas bem diferentes. A dela possui uma doutrina que eu não concordo em vários pontos, mas, o que eu vejo, é que ela tem sido usada por Deus sim e feito a diferença para honra e glória dEle. Achei um comentário bem intolerante para alguém que prega que todos podem acreditar (ou não) no que bem entender.

4) Eu não sei, mas eu sempre sinto um certo tom de ironia quando ateus se referem a alguém que tem religião, pois acham meio “ridículo” acreditarmos em coisas que para eles são absurdas. Sabe, há certas coisas estão na Bíblia que não sabemos explicar ainda... Há fatos que permanecerão um mistério até Deus revelá-las quando bem entender.

Mas os ateus também não têm resposta para muitas perguntas nossas. Como você explica uma pessoa que estava com uma doença terrível e foi curada, de uma hora para outra? Como você explica uma pessoa que tinha uma conduta reprovável, péssimo marido, péssimo pai, e, de repente, conhece Jesus, se arrepende dos pecados e tem sua vida transformada, mudando completamente de atitude? Como explicar? Enfim, só quero deixar a pulga atrás da orelha, pois sei que esse debate é muito profundo...

5) Outro ponto foi este: “Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia.” Olha, neste ponto eu concordo. Mas não são só agnósticos que sofrem com isso. Como dito acima, muitas vezes nós evangélicos sofremos também, e na maioria por ateus.

Mas eu só quero acrescentar mais um desabafo, extrapolando o texto da jornalista mais uma vez. Muitos que criticam a religião é porque olham para pessoas e não para Deus. Galera, se vocês olharem pra gente, é complicado. Tentamos seguir o que a Palavra de Deus diz, mas somos falhos e pecadores... Não olhem para nós esperando perfeição, olhem para Deus, pois Ele é perfeito. Se tem gente que não respeita a sua não-fé, a sua fé, se tem gente que prega uma coisa e faz outra, enfim, é porque somos falhos.

Não quero justificar, está errado e pronto. Mas o ponto é que muitos ateus ou pessoas de outras religiões pegam nossas falhas e expõem querendo criticar Deus, como se Ele fosse imperfeito por nossa causa. Sendo que a crítica deveria ser somente a nós, que erramos ao não cumprir o que Ele disse. Cuidado, é preciso separar as coisas. Se há pessoas que distorcem a Bíblia (por interesse de enganar ou por falta de interpretá-la corretamente), isso é erro dele e não da Bíblia...

6) Mas em um ponto eu acho que nós, evangélicos, realmente precisamos mudar. Precisamos conhecer mais a Bíblia, saber pontos da Ciência que corroboram com o que está nela, orar mais, nos prepararmos mais para saber argumentar com pessoas que não acreditam no mesmo que nós, mas sempre com amor. Como está escrito em 1 Pedro 3:15: “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.”

Bom, no final do texto, a jornalista escreveu: “Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele.”

Quero encerrar o meu dizendo o seguinte: esta jornalista está em minhas orações a partir do dia em que li este texto. Sei que isso pode não significar nada para ela, ou pode até aumentar uma possível raiva que já tenha em relação a seguidores praticantes (olha a redundância) de alguma religião.

Mas farei isso. E ouso dizer: Como Deus existe (porque para mim não há dúvida), espero que o Espírito Santo se revele a ela de forma sobrenatural, que ela sinta o amor de Deus inundando cada fibra do seu ser, e que, assim, não obrigada, mas convicta, caia de joelhos diante do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

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