sexta-feira, 25 de março de 2016

Da série Aprendiz de Dona de Casa... A “novela” da gelatina e o drama da vida de adulto

Dia desses, iria receber meus pais e meus sogros aqui em casa. Minha sogra é diabética, então, na hora da sobremesa, tinha que tomar cuidado. Graças a Deus, tenho uma tia-mãe que sempre me salva dando receitinhas light super gostosas.

A escolhida da vez era uma gelatina colorida. Fiz a lista e pedi para meu maridinho comprar o creme de leite light e gelatinas zero açúcar de 5 sabores diferentes.

Ele foi, comprou as gelatinas, mas o bendito creme de leite não tinha no bendito supermercado.

Mas beleza. Eu pensei: saio do trabalho no outro dia e vejo isso. Tarefa simples.

Só que não. Fui em um mercadão: nada. Fui no outro supermercado: nada de creme de leite light. Fui em uma padaria: nada. Em todos eles, só para pessoas intolerantes a lactose (os próximos a dominar o mundo).

Estava tão cansada... Muita dor na perna (diga-se: dor-de-começo-de-ano-quando-você-fica-em-pé-mais-do-que-o-normal-até-os-alunos-pegarem-o-ritmo-e-saberem-onde-fazer-o-cabeçalho-sem-você-precisar-mostrar-de-um-por-um-todo-santo-dia)... Mas não podia desistir! Tinha que fazer a sobremesa!

Resolvi ir um pouco mais longe e achei no Extra! Viva! Bora pra casa fazer!

Cheguei, cochilei uns 5 minutos (a culpa não foi minha se eles viraram 20 hehe) e fui pegar as gelatinas. E aí eu percebi:

ERÁ PÓZINHO! TIPO SUCO! NÃO ERA GELATINA!

Eu só queria fazer uma coisa: ir para a janela e gritar bem alto: ANDERSON, EU VOU TE MATAR!!!!!!!!!!!!!!

Gente, que ódio! Enquanto eu decidia se eu matava meu esposo estrangulado ou jogando pela janela mesmo, peguei e chave e fui para meu lugar preferido no mundo novamente: o supermercado. (Ele iria refazer a compra para mim numa boa, sem fazer cara feia nem reclamar, bem diferente de mim. E ainda escutando minhas reclamações e broncas... Casei com o maior coração do mundo! Mas que estava de escala nesse dia fatídico...)

Me estressei na saída do estacionamento com o infeliz que deixa o carro atravessado e me faz passar apertadinho, quase batendo; peguei todos os sinais fechados; respirei fundo 200 vezes, mas cheguei.

Mas adivinha? Só tinham dois sabores diferentes... LÓGICO! A missão não seria tão fácil.

Comecei a rir. Muito.

Fui para o caixa rápido, a atendente mega simpática, mas lenta... Na hora de passar, perguntei, meio que “sem esperança com a vida”, se tinham mais sabores, para assim eu não ter que ir em outro supermercado. Mas adivinha?

Hahaha tinha! Eu não acreditei! Ufa, menos uma coisa!

Voltei e fiz a tal da sobremesa. Mas, lógico, fiquei refletindo sobre muitas coisas... Cara, não adianta reclamar... Vida de adulto é isso aí...

-É ter dias em que você chegará morta com farofa e terá que fazer marmita para o outro dia. Ou adiantar a sobremesa para as visitas. E tem que ser você, porque seu marido está mais morto na farofa ainda... Ou está de serviço... :-( E você vai dormir tarde, acordar cedo, levantar a cabeça e seguir em frente, pois o mundo não parou para dormirmos até mais tarde...

-É não ter nada pronto. Se você não faz, não surge do nada. Rolo de papel higiênico vazio não se troca sozinho por um cheio, escova velha não vai para o lixo sozinha e outra nova surge no lugar, louça não se limpa e sobe para o armário, temos que fazer compras para encher a despensa vazia (e periodicamente, para meu desespero).

- É você trabalhar o dia todo em casa e-ou fora, a maior parte em pé, chegar e ainda ter outras tarefas: supermercado cheio, ajeitar a casa (todo dia, não há folgas), organizar coisas. Mesmo quem tem diarista ou empregada (não é o meu caso) ou um super marido que ajuda em tudo (é o meu caso): tem coisas que é só a dona da casa que faz!

É muito cansativo, mas faz parte do pacote de quando crescemos.

Tomara que não seja o seu caso, mas... Acha que não aguenta? Que não dá conta do recado? É muita coisa para só 24 horas? Quer chorar e dar chilique? Eu te entendo... Porém...

Quer uma má e uma boa notícia?

A má: não dá pra pedir pra sair. Só há uma saída: encarar.

A boa: Deus fortalece nossos ombros quando clamamos. É o que fiz-faço sempre e Ele sempre responde, como é o usual dEle. Clamo por forças quando elas faltam, por alegria quando as lágrimas rolam, para ter mais gratidão quando começo a enxurrada de reclamações, pois sem Ele não consigo.

Você pode pensar: nossa, que bobo! Pedido besta... Pode ser. Mas meu Deus se importa com os grandes e pequenos detalhes da minha vida. Ele me escuta e cuida de mim, mesmo em coisas aparentemente tão bobas. Mesmo em meio a esse turbilhão de aprendizados diários que, até acredito, são fáceis para várias pessoas, mas para mim não é... E tem dia que dá vontade de desistir... Mas aí me lembro:

“E não ando sozinho, não estou sozinho, pois sei... Deus cuida de mim”. Kleber Lucas

“Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”. Isaías 40: 29-31

E, confiante neste Deus de amor, durmo tranquila para mais um dia nessa jornada...






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