sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O aluno faz o professor!

Meu professor preferido se chamava Paulo. Ele dava aula de matemática no colégio Objetivo no ensino fundamental e ele era o cara. Essa sempre foi minha matéria preferida, mas ele me fez gostar dela ainda mais.

Ele era super didático, até quem tinha muita dificuldade aprendia, mas ele também sempre dava umas lições para a vida. Aprendi muito com este professor, mas duas coisas ficaram gravadas de forma especial.

A primeira é que a fórmula de Bhaskara é: hehehe, brincadeira, nada a ver. A primeira é que ele dizia que o aluno bom faz o que vale nota, mas o aluno excelente faz até aqueles deveres que o professor pede e não é parte da avaliação (aqueles que quase ninguém faz).

A segunda é que o aluno bom faz o que é lhe solicitado. Mas o aluno excelente faz além: lê o texto antes da aula ser dada, pesquisa sobre o assunto, traz artigos que têm a ver com o tema etc.

Um dia, comentei esta história com meus alunos. E, desde então, dois deles, o Y e o JVC (ai, que orgulho da tia!), começaram a colocar isso em prática. Eu dou um dever de casa e eles sempre dão um jeito de fazer algo a mais: se eu peço para escrevem os números até 100, eles vão até 200; se eu peço para fazem uma sequência de 5 em 5 do 0 ao 100, eles fazem essa e outras de 2 em 2, 3 em 3, 10 em 10; se o dever é de português, eles resolvem tudo e fazem um monte de frases.

Gente, é tão bonitinho! Tem vezes que eles escrevem umas 10 frases, cobrindo o outro lado todinho da folha da tarefa. E eu nem ouso reclamar, porque eles estão fazendo exatamente o que meu professor ensinou: sendo alunos excelentes! E isso me empolga e motiva mais.

Mas a questão é que eu também sou aluna. Eu faço francês há quase 5 anos. Infelizmente, sempre fui uma aluna relapsa. Mal fazia os deveres de casa, fazia só o que valia nota, estudava para as provas em cima da hora...

Só que Y e JVC me ensinaram uma preciosa lição. O interesse deles me incentivou a ser uma professora melhor. Então, eu pensei: gente, se eu for uma aluna melhor, eu posso motivar minha professora de francês também!

Pena que isso aconteceu justo no meu último ano... Mas antes tarde do que nunca. Quem me dera se eu tivesse sido sempre a aluna que eu tenho tentado ser hoje. Não, não pense que eu sou a melhor. Tenho muitas dificuldades, mas eu estou bem mais aplicada. Tento fazer todos os deveres que ela passa (valendo nota ou não); não falto e, se falto, peço o que ela deu para eu fazer depois; estudo durante a semana toda (nem que seja um pouquinho nos meus intervalos do trabalho); refaço as escutas da sala em casa; respondo os e-mails dela; leio os textos extras que ela manda... Porque penso que assim posso motivá-la a ser ainda melhor.

Sabe, dizem que o professor faz o aluno, no sentido de que um professor bom faz com que o aluno se interesse mais, vá além. E eu concordo! Minha professora de francês deste ano é ótima e com certeza o fato de eu ter melhorado como aluna não vem só da minha vontade de querer fazer bonito e motivá-la, a maior parte vem dela, pois ela é fera.

Mas uma outra verdade que poucos comentam é essa: um aluno também faz o professor.

Uma turma que só reclama, que não faz nada do que se pede, que só quer passar de ano ou semestre e se ver livre, poxa gente, isso desanima muito!

Mas, quando os pais são interessados; cobram os professores; os alunos, mesmo com dificuldades, estão ali; não faltam e, quando faltam, a justificativa é plausível; não chegam atrasados; não ficam na aula “viajando” ou olhando relógio; poxa, isso me faz buscar mais, estudar, trazer coisas novas e diferentes, e sei que isso acontece com outros colegas de profissão.

Se os alunos soubessem o poder que tem...

E nós cristãos temos que nos lembrar sempre de que nossa postura como aluno dá testemunho também. Eu ainda tenho que melhorar em diversos aspectos (a questão de chegar no horário é um pé no calo, meu marido que o diga), mas tenho tentado me mostrar mais participativa, porque eu ganho com isso, e sei que minha professora também. E o mais importante é que assim glorifico a Deus.

Fazendo isso, mostramos que somos luzes e influenciamos quem está ao nosso redor. Ou seja, cumprimos uma de nossas obrigações como cristãos. Não se esqueça: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Mateus 5:16. A parada é séria, gente, a responsabilidade também.

Tenho vergonha quando olho para trás e vejo como fui uma aluna relaxada... Hoje, eu poderia estar bem melhor, escutando com mais clareza qualquer áudio em francês, entendendo melhor os textos que leio. Mas não: me sinto bem aquém, mesmo no nível avançado.

Mas o problema fui eu! Um péssimo testemunho! Quantos professores deixei de abençoar com minhas atitudes!

Querido, você que está lendo este texto hoje, se esforce para ser um aluno mais comprometido! Não faça como eu fiz, deixando para o último ano, quase no último semestre, para mudar. Você não sabe a diferença que isso fará na vida de seu professor e, quem sabe, até influenciará seus colegas! Como professora, acordei tarde para isso. Deveria ter sido sempre uma aluna melhor, fazendo com meus docentes o que eu gostaria que meus alunos fizessem comigo.

Seja um aluno excelente! Vá além, busque, se interesse mais, faça o que outros não fazem! E que Deus te abençoe para que sua luz brilhe, fazendo diferença na vida dos que o cercam, para honra e glória do Seu nome!

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