sexta-feira, 6 de maio de 2016

Minha mamãe

Eu imagino que é muito difícil para os pais o momento do casamento dos filhos. Claro que é um dia feliz, mas para eles deve ser uma transição complicada.

De repente, aquele ser que você trocou fralda, viu crescer, te dava satisfação de tudo, sai de debaixo da sua autoridade e vai constituir uma nova família. Não dá para apertar uma tecla e pronto: a partir de agora, tudo está diferente e eu irei mudar do dia para noite.

E desde que eu me casei, aconteceram coisas bem engraçadas neste sentido entre mim e minha mãe. Lembro-me que quando voltei da lua de mel, ela veio para minha casa me ajudar na organização dos presentes e me ensinar algumas coisas.

- Lívia, você arruma aquelas panelas ali embaixo. Esse pano fica melhor aqui.

- Não, mãe, eu quero ele aqui (vou e mudo o pano de lugar)

- Não, mas ele fica melhor ali (ela puxa o pano).

- Manhê, alôôôuuu. Miiiiiinha casa agora, minhas regras hehehe.

Aí, fomos separar as roupas para por na máquina.

- Lívia, essa blusa aqui e essa tem que lavar na mão (ela separa as blusas das outras).

- Não, elas vão para a máquina (jogo as blusas lá dentro).

- Não, não pode. Tem que ser na mão (ela tira as blusas da máquina).

- Não, mãe. Que trabalheira. Vai pra máquina! (e jogo lá dentro de novo).

- Então tá. Mas tá errado. Vai acabar com as blusas, você vai ver, não vão durar nada e...

(segue-se um longo discurso hahahaha)

Alguns meses depois, comento com ela que queria ir em uma manifestação, mas meu esposo estava de serviço e não iria me acompanhar. Ela diz:

- Mas de jeitoooooo nenhum que eu deixo você ir! Não deixo mesmo, você não vai!

Eu olho para ela e tiro da garganta aquela frase que todo mundo sonha em dizer depois que casa:

- Oxi, mãe, EU SOU CASAAAAAAAAAAAAAAAADA!

Outro dia, eu e marido (Anderson) fomos almoçar na casa dela. Olho para o prato dele e vejo abobrinha e digo:

- Hi, meu bem, nem vi que tinha abobrinha.

- Ué, meu bem, vai lá e pega.

- Ah nemmmmm (sou tão saudável, que orgulho!).

E vem minha mãe:

- Não, senhora. Pode levantar e pegar. Verdura faz bem.

Hahahahaha.

Fora o dia em que brigou comigo, porque achou um absurdo eu trocar toalha só uma vez por semana!

- Eu não ensinei assim para ela não, viu Anderson. Não foi assim!

E certas coisas também não mudam, não importa seu estado civil:

- briga comigo quando não gosta da minha roupa, mas gosta quando estou arrumada: “Vai aonde nessa chiqueza toda?";

- ama quando meu esposo pega no meu pé para eu malhar (afffffff);

- ainda sinto ciúmes quando ela dá mais atenção a minha irmã do que para mim (é isso aí, eu tenho 6 anos);

- toda vez que me encontra, arruma a alcinha do meu sutiã, para ela não aparecer;

- ainda me chama de princesa (adoro!).

Mãe, você é a mulher que mais admiro neste mundo! Se eu puder ser 1% do que você é, serei imensamente feliz! Perdão por não ter sido uma filha melhor, em especial quando convivíamos sob o mesmo teto. Pena que só percebi o quanto falhei perto de casar... Sei que não será a mesma coisa, mas espero tentar corrigir daqui para frente.

Obrigada pelo carinho, preocupação, apoio...Orações, ensinos, conversas... Tantas coisas você abriu por mim: seus sonhos, suas finanças, sua vida, só para que eu pudesse ter meus objetivos alcançados. Como agradecer ou retribuir um amor assim?

Nos ensinou a andar nos caminhos do Senhor, sendo o instrumento que Deus usou para nossa conversão.

Te amo, mãe! Não como você merece, mas do fundo de meu coração! Deus te escolheu para ser minha mamãe... Como não amar um Deus assim?



Minha mãe é linda, né?

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