sexta-feira, 1 de julho de 2016

A "Boca do palhaço": reflexões sobre a educação de crianças

Esses dias, tivemos uma festa aqui na escola. Eu fiquei na boca do palhaço e foi bem interessante.

Como todos sabem, a brincadeira consiste em acertar a bolinha no buraco (a boca do palhaço) e, quem acertar, ganha uma prenda (uma lembrancinha bem lembrancinha mesmo).

Eu e minha colega ficamos lá e dávamos umas 6 bolinhas de chance para eles acertarem.

Mas foi muito engraçado. Porque as crianças começavam a jogar e, quando não acertavam, os pais pegavam as bolas e tentavam. Alguns já chegaram pedindo se podiam jogar no lugar dos filhos...

Fiquei pensando: gente, qual o sentido disso? Tive duas reflexões:

1) Até onde eu saiba, o objetivo da brincadeira é se divertir, e não a prenda. Ok, crianças são assim, querem o presente... Mas aí é o ponto: elas têm que ser ensinadas! Ensinadas que o processo e a diversão durante ele é que são o foco!

Mesmo porque, gente, se a prenda é o objetivo, então não brinca. Pega o dinheiro que você gastaria ali e compra o que você quer. Te garanto que será melhor:

Agora, se o objetivo é rir, brincar, deixa o menino jogar. Ele vai gostar de não acertar, ficará naquela expectativa se vai conseguir e essa será a graça. Aí aqui vem o próximo ponto...

2) Temos que parar de resolver as coisas por nossos filhos. Gente, ele tem que lidar com a frustração de não acertar e não ganhar. E se esforçar para atingir o objetivo.

Se eu resolvo por ele, acerto por ele, ganho por ele, qual o sentido disso? Qual alegria ele terá em uma conquista que não foi dele? Ensinamos muito quando fazemos isso: o errado.

Aí depois reclamamos que essa geração é imatura, não corre atrás, não lida bem com derrotas... Se numa brincadeira tão simples não lhe dizemos “não”, com coisas maiores ele não irá entender.

Ainda por cima uma mãe veio para a minha colega e disse que o filho (que nem era tão pequenininho) queria porque queria um balão, que não saia do pé dela. Aí virou e disse para minha colega:

- Professora, o que eu faço, ele quer um balão!

Minha colega é uma lady e respondeu, com jeitinho, que não dava, e blá blá blá. Sorte dela que não me perguntou. Porque eu responderia assim:

- Oi, mãezinha. Você quer saber o que fazer? Legal! Você vai virar para ele e dizer uma palavrinha bem bonitinha: NÃO!!!! Não tem como, filho. Ninguém está com balão e você não pode ter porque está enfeitando a festa.

Eu hein. Não dá para ceder, gente. Isso é inegociável.

Passaram algumas horas e vocês acreditam que a mãe voltou, dizendo que o menino estava dando chilique por causa do bendito balão?

Gente, que isso! O balão estava enfeitando a festa. Não estragaríamos a decoração porque o menino não sabia escutar “não”.

Hoje, ele quer o balão que não pode e tem. Amanhã só vai piorando e ele vai achando que pode tudo. E tudo começa com um balão, com uma boca do palhaço. Parece bobeira, mas não é. É bem sério...

Queridos pais, prestem atenção na educação que tem dado a seus filhos. Há um trecho da palavra de Deus que diz assim:

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão em teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”. Deuteronômio 6:6 e 7

Prestaram atenção no final? Temos que falar da lei do Senhor assentando, ao levantar, andando pelo caminho. Você sabe o que isso quer dizer? Que falamos enquanto fazemos as coisas. Que ensinamos enquanto vamos a uma festa, enquanto estamos em casa, no dia a dia. Em situações corriqueiras. Em situações grandes e pequenas.

O futuro desta geração depende da forma como as ensinamos a lidar com pequenos e grande problemas. O que temos ensinado?

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